ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-4-2008.
A
nossa Câmara Técnica, de um momento para o outro, entendeu que era preciso
fazer esse trabalho mais em nível de população, da população em geral, como
estamos fazendo nesta semana, desenvolvida a partir de segunda-feira, na qual
estamos realizando uma série de eventos, culminando com o fechamento da semana,
no dia de amanhã, e temos este como ato principal, Sr. Presidente, tendo em
vista a reivindicação que estamos empenhados em construir.
Temos
que considerar, também, que estamos trabalhando esse projeto exatamente no
momento em que a população de Porto Alegre responde, numa pesquisa de opinião,
que o seu maior problema é a carência no serviço da Saúde. Isso não é novidade
para nós, é apenas uma comprovação da necessidade que a população sente em
relação à sua saúde.
O
nosso Fórum de Entidades do Extremo-Sul está fortemente empenhado para que esse
pronto-socorro possa ser viabilizado de uma vez por todas. Que bom que nós estamos
trazendo este assunto para a Casa Legislativa da Cidade, porque é aqui que se
definem os projetos, é nesta Casa que são dados os rumos aos projetos para a
população da nossa Cidade. Então, nós queremos que a Câmara de Vereadores, a
partir deste ato, com a nossa presença, esteja, cada vez mais, empenhada nesse
nosso projeto.
A
população do Centro-Sul e Extremo-Sul não tem mais como esperar pela instalação
desse pronto-socorro. Nós não aceitamos mais, e dissemos, hoje, num debate na
TV Band, que a população não quer ouvir mais a negativa do nosso gestor, referente a essa demanda. Nós
queremos ouvir, sim, do gestor, manifestações e compromissos com relação à
nossa reivindicação. Queremos que o Prefeito e o Secretário Municipal de Saúde
assumam, de uma vez por todas, este compromisso - a instalação dos serviços do
nosso pronto-socorro. O Hospital Parque Belém está de portas
abertas, tem instalações suficientemente qualificadas, tem uma estrutura
hospitalar de primeira grandeza, e isso já foi constatado por entidades
competentes, que têm a ver com a questão da saúde da nossa população, e está
comprovado que o Hospital Parque Belém tem, sim, condições, tem estrutura, tem
retaguarda, tem profissionais que podem, sim, estar dando o atendimento de um
pronto-socorro.
A nós - sociedade civil, associações, entidades, representações aqui presentes - cabe cobrar do Poder Público recursos de acordo com a Constituição, para garantir saúde e qualidade de vida à nossa população. Então, nós estamos cumprindo o nosso papel de sociedade carente, de sociedade que não aceita mais conviver com as necessidades pelas quais passamos.
Ontem, Sr. Presidente, na tomada de assinaturas da
população, ouvimos muitas e muitas pessoas que procuravam nossas mesas de
coleta de assinaturas se manifestarem referentemente ao quanto perderam na
nossa região, às vidas perdidas por falta, exatamente, desse atendimento
qualificado de pronto-socorro para as pessoas acidentadas, com agravos e risco
de morte, pois, até que se possa chegar aos primeiros socorros qualificados de
nossa Cidade, mais especificamente no nosso Hospital de Pronto Socorro, no Bom
Fim, sabe-se o quanto isso significa em perda de tempo e em perda de vidas.
Nós, queremos, Sr. Presidente, a partir deste
momento, sociedade civil e população, contar, efetiva e concretamente, com o
apoio, com a manifestação segura, objetiva e consciente dos Vereadores quanto
ao desfecho dessa demanda fantástica e formidável para a nossa região; alguns
Vereadores já nos visitaram, inclusive o nosso Presidente Sebastião Melo e
outros Vereadores, que já se comprometeram a organizar, brevemente, uma
audiência pública nesta Casa para dar seqüência a essa nossa jornada. É esta a
nossa reivindicação: nós queremos estar aqui fortalecendo-a e renovando-a, para
que, brevemente, possamos estar ocupando outros espaços, com vistas a garantir
essa reivindicação, assim como queremos colocar, Sr. Presidente, que seria
muito importante que, no nosso Fórum de discussões e construção deste projeto,
pudéssemos contar com um espaço ocupado pela Comissão de Saúde desta Casa. Nós,
a Câmara Técnica e o Fórum, teríamos de receber a Comissão de Saúde para
levarmos esta luta no sentido de efetivar o desejo e os anseios da nossa
população.
Não aceitamos mais a negativa do gestor, que tem
que dar para a população, sim, respostas, retorno, qualidade de vida, e
garantir saúde a toda população sofrida da nossa região!
Por fim, queremos conclamá-los a se somarem, cada
vez mais, ao nosso projeto! Este projeto é humano! É o projeto mais sensível e
que mais mexe com o sentimento da nossa população: trata-se da vida das nossas
famílias.
Portanto, em nome da nossa Instituição, que está
aqui com a sua direção, Presidente Sebastião Melo - que agora nos honra com sua
Presidência -, queremos encerrar o nosso pronunciamento, levando a certeza de
que esta Casa nos apoiará a partir deste singelo ato, independentemente do fato
de muitos Vereadores já estarem comprometidos com o nosso projeto.
A sociedade gaúcha e porto-alegrense do Extremo-Sul
espera, conta com o entendimento, com a sabedoria e com o compromisso de todos
os Vereadores desta Casa, com o objetivo de podermos, muito brevemente, estar
contemplando aquela imensa faixa da população do Extremo-Sul com o
pronto-socorro da Zona Sul, que é uma das coisas mais importantes que desejamos
conquistar.
Então, nós, da Câmara Técnica, estamos encerrando
este pronunciamento, Ver. Sebastião Melo, pedindo - como já fizemos na abertura
da semana - que todos nós, a nossa platéia, os nossos companheiros, num gesto
simbólico, de mãos dadas, entoemos o nosso refrão, pedindo o nosso
pronto-socorro. (Diz palavras de ordem da tribuna.) “Queremos o pronto-socorro,
já! Queremos o pronto-socorro, já!”
Sr. Presidente Sebastião Melo, a Câmara Técnica, a
nossa Comissão, a direção do Hospital Parque Belém e as demais lideranças e
entidades que compõem o nosso Fórum esperam contar, efetivamente, com o apoio e
com o compromisso que os Vereadores, certamente, não irão negar para o nosso
projeto e para a nossa proposta.
Um abraço muito afetuoso, com muita consideração e
respeito, aos Srs. Vereadores desta Casa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
Quero
registrar, com muita alegria para esta Casa, a presença honrosa do
extraordinário Deputado Adão Villaverde - bem-vindo -, e também as presenças do
Dr. Mauro Sparta, Diretor Técnico do Hospital Parque Belém; do Dr. José Acioli
Jobim Fossari, Diretor-Geral; do Dr. Carlos Pilla, Diretor Administrativo; do
Dr. Arthur Pereira, Diretor de Patrimônio; da Srª Maria Helena França,
Vice-Presidenta da Câmara Técnica, e do Dr. José Glass, Presidente do Hospital
Parque Belém.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; meu caro amigo, Sr.
Ivo Fortes dos Santos, Coordenador da Câmara Técnica do Hospital Parque Belém,
eu quero dizer que, até hoje, eu era cético quanto à possibilidade de
transformação do Hospital Parque Belém em pronto-socorro da forma que me foi
apresentada. Eu devo dizer que foi um engenheiro que me deu a explicação que
não me convenceu. Eu, engenheiro, não entendi o engenheiro.
Mas, hoje, falando com pessoas que entendem de
pronto-socorro, eu acho perfeitamente viável a adaptação do Hospital Parque
Belém para pronto-socorro da Zona Sul, que, a partir de hoje, passa a ter apoio
da minha Bancada, integralmente.
Acho, sim, que já tarda, porque, enquanto se espera
que construam um hospital na Restinga, que, por enquanto, não passa de
promessa, o outro hospital está aí, pronto, tem todas as condições e pode
atender áreas de Traumatologia, Neurologia, Cirurgia-Geral, Cardiologia,
Radiologia, Tomografia; está preparado para tudo.
Hoje, realmente, eu fui convencido por alguém que
entende de pronto-socorro; eu acho que nós não podemos perder mais tempo. E a
Prefeitura deve, sim, ceder parte dos recursos para que o hospital de
pronto-socorro de Belém Velho se torne uma realidade tão esperada. Saúde e PAZ!
Sucesso na caminhada.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sr. Ivo Fortes, que é o Presidente da Câmara
Técnica; Dr. José Bonifácio e, de resto, as lideranças; enfim, funcionários do
Parque Belém, nós tivemos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, a
oportunidade de participar do ato da Semana de Luta pela Abertura do
Pronto-Socorro na Zona Sul, ali no próprio Hospital Belém.
Quero dizer que é uma luta antiga, é um anseio
antigo da Zona Sul, Presidente e Coordenador Ivo, um hospital de
pronto-atendimento na Zona Sul. E o Parque Belém, que completou 74 anos, está
pronto. Esta é a grande verdade, ele está pronto, necessitando de pequenos
detalhes. Então, se nos afigura uma luta que tem todos os predicados para
acontecer, com o hospital da Zona Sul no Parque Belém, no Sanatório Belém.
Portanto, quero saudar o movimento, nos incluímos
nesta luta, e o faço em nome da Bancada do PTB, no sentido de que o Hospital
Belém passe, sim, a ser um hospital de pronto-socorro, que nada mais se faz senão justiça para toda a região da Zona Sul
da Cidade. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver.
Sebastião Melo; Coordenador Ivo Fortes dos Santos, da Câmara Técnica do
Hospital Belém, nós já temos algumas dificuldades a serem ultrapassadas, e eu
gostaria que a Bancada
Federal deste Estado se reunisse toda em volta desse assunto, porque muitos
assuntos-tabus da cidade de Porto Alegre foram resolvidos, exatamente, quando a
Bancada Federal toda se uniu, coesa, quando, por exemplo, buscou dinheiro para
a reforma da pista do Aeroporto Salgado Filho. Isso implicou uma série de
atitudes que foram altamente onerosas, e o Governo Federal conseguiu, com essa
verba, toda ela, naquele ano, destinada ao aeroporto, resolver aquele assunto.
Novamente,
nós precisamos de um grande mutirão da Bancada federal, e, nesse mutirão, cada Vereador desta Casa deve falar com
o seu Deputado Federal e dizer que Porto Alegre pode ter o seu pronto-socorro,
desde que a sua instalação seja oriunda de verbas federais, e pela altíssima
complexidade da questão pronto-socorro. Por isso Porto Alegre, que necessita
urgentemente do pronto-socorro Zona Sul, é também, hoje, detentora de uma das
maiores calamidades que se tem, nesse aspecto, não pela falta de brio e bravura
dos funcionários da área da Saúde; pelo contrário, é pela falta de um
pronto-socorro na Zona Sul. E então, nós teríamos um desafogamento do Pronto
Socorro Central e do pronto-socorro da Zona Norte, que é o Hospital Cristo
Redentor. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente; caríssimo líder comunitário, aprovado pela Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, no ano passado, com muita honra, sabemos da relevância da sua
luta junto com a comunidade não só da Zona Sul, mas dos arredores. Toda a
Cidade, com certeza, está torcendo muito, porque, além da Zona Sul, nós também
pegamos emprestado, lá na Lomba do Pinheiro, o atendimento, e agora, com
certeza, com o pronto-socorro, nós seremos muito mais beneficiados por toda a
Direção dessa Instituição, desde o seu presidente, desde o seu corpo técnico da
área da Saúde, que têm se empenhado demais.
Quero
lembrar aqui, caro Ivo, que o Rio Grande do Sul tem 31 Deputados
e Deputadas eleitas. Se cada um despender cem mil reais no ano, nós teremos,
aproximadamente, três milhões anuais para trazer para o nosso pronto-socorro, a
exemplo do Deputado Federal Beto
Albuquerque, que já está colocando em prática com a possibilidade de compra dos
equipamentos da UTI, bloco cirúrgico e também da sua fachada; a exemplo
da Deputada Federal Manuela d’Ávila, que também já assinou, este ano, Emenda de
intenção para vir. Esperamos que todos os nossos Deputados Federais prezem este
momento de luta da Capital do Estado do Rio Grande do Sul e dessa Instituição,
em respeito à luta dessa comunidade e à sua direção. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Ivo
Fortes dos Santos, Coordenador da Câmara Técnica do Hospital Parque Belém, há
mais de 20 anos, acompanhamos essa liderança, sempre labutando, sempre
reivindicando algo em benefício da comunidade. E o pronto-socorro da Zona Sul
de Porto Alegre, no Sanatório Belém, é um projeto da década de 80. De 1986 a
1988, já se falava no pronto-socorro da Zona Sul.
E eu lhe diria o seguinte: não vou falar aqui em
verbas do Governo Federal, em verbas do Governo Estadual, eu vou falar na
gestão do Município, não que o gestor tenha que abraçar e bancar todos os
recursos que ainda faltam, mas cabe ao gestor abrir a boca para que isso ocorra
o quanto antes, porque Porto Alegre, pelo que nós estamos vendo, carece de
leitos, precisa de uma reengenharia, em termos de leitos, para beneficiar a
população. Por essa razão, eu diria que nós, Câmara de Vereadores e Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, temos que, juntos, ir ao Prefeito e pedir que ele assuma
a coordenação, para que, efetivamente, isso ocorra, porque vozes isoladas não
vão nos dar nada, mas a voz do Prefeito, com a legitimidade que tem, poderá
fazer com que as coisas ocorram. Parabéns pela sua luta.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente; prezado Ivo Fortes; Direção do Hospital Parque Belém, lideranças
comunitárias que compõem essa Câmara Técnica, esta é uma Casa política, e aqui
temos que fazer as discussões e as contradições. Em nome da minha Bancada, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu quero dizer que, em 2005, apresentamos
uma Emenda ao Plano Plurianual, e foi aprovada. O Projeto Pronto-Socorro da
Zona Sul é Lei municipal, está no Plano Plurianual e vale até 2009. Portanto, o
Executivo Municipal e o Secretário da Saúde têm de assumir essa posição pública
e politicamente.
Segunda
questão: em nome da nossa Bancada, também apresentamos uma Emenda, que foi
aprovada no Orçamento de 2006, e que destinava 150 mil reais à sustentação dos
estudos do Projeto Pronto-Socorro Zona Sul. Esse recurso caducou no Orçamento.
E, nos dois anos subseqüentes, apresentamos, novamente, uma Emenda, e, por
orientação do Governo, a base do Governo votou contra. Nesse sentido,
cumprimento o Ver. João Antonio Dib, que faz uma autocrítica, dizendo que
assume este tema como da Cidade; este tema não é um tema partidário, é da
Cidade, pois são 350 mil pessoas, na Região Sul, que necessitam desse serviço,
e essa estrutura ali está.
Sr.
Ivo Fortes; Sr. Presidente, Sebastião Melo, em nome da nossa Bancada,
continuamos aliados a essa luta, que é uma luta da cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente; Sr. Ivo, um abraço; meus cumprimentos, mais uma vez, ao senhor e a
toda equipe do Sanatório Belém.
Quando
nós chegamos aqui, há sete anos, falamos sobre pronto-socorro; já se estava
pensando em até três prontos-socorros, um na Zona Sul e um na Zona Norte. Mas
aí vem aquele negócio do envolvimento da política, que atravanca, realmente, as
negociações. É evidente - todos nós sabemos, Comassetto - que 350 mil pessoas
serão beneficiadas pelo Parque Belém, que todos nós precisamos estar unidos, e
eu tenho certeza de que o Prefeito Fogaça tem essa disposição, sim, de
trabalhar. Agora, não me venham aqui - por favor! -, numa tribuna, fazer um
palanque eleitoral! Numa boa! Porque eu tenho um panfleto aqui na minha frente
que diz o seguinte: “Eu fiz uma Emenda de 150 mil reais para começar os
trabalhos no Parque Belém e tal...” Por que não fizeram?
(Apartes
paralelos anti-regimentais.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu
tenho direito à palavra, Presidente! Presidente, eu tenho direito à palavra!
Por que não fizeram no ano de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004? Ou então, de 1988 a
1999? Nós, da Bancada do PMDB, cujo Prefeito é o Fogaça, estamos, sim,
empenhados para que saia o pronto-socorro 2, para que, depois, comecemos a
fazer a briga pelo pronto-socorro 3, na Zona Norte de Porto Alegre. Um, na Zona
Sul, e outro, na Zona Norte. Agora, campanha eleitoral aqui, eu não vou
admitir, porque não é por esse lado! Por que não fizeram as obras durante os 16
anos que estavam lá?
Com
a Bancada e o Prefeito, o senhor pode ter certeza de que pode contar para a
implantação do segundo pronto-socorro, e, depois, nós vamos começar a sonhar
com o terceiro pronto-socorro, na Zona Norte de Porto Alegre! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Tumulto
no Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h48min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.
Solicito
que os Srs. Vereadores retornem às suas bancadas e respeitem os visitantes
desta Casa.
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, neste momento, eu quero saudar o Sr. Ivo, da Câmara Técnica do
Hospital Parque Belém...
(Tumulto
no Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Elias Vidal, sua palavra está assegurada. Srs. Vereadores, há um Vereador
inscrito para manifestação, e faço um apelo a cada um dos senhores: nós estamos
recebendo uma comunidade que vem aqui com uma demanda extremamente justa, que
não tem divergência nesta Casa, e nem nesta Cidade, como não tem neste Estado,
e eu quero pedir, mais uma vez, a compreensão dos senhores, em respeito ao
Vereador que está inscrito e à democracia, que nós ajudamos a construir. A
democracia tem alguns pilares, um deles é respeitar as diferenças; se há
diferença, vamos respeitá-la.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Beto Moesch, eu não posso lhe conceder a palavra agora, tendo um Vereador
inscrito; logo após a sua manifestação...
O
SR. BETO MOESCH: É uma
Questão de Ordem.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): É
uma Questão de Ordem?
O
SR. ELIAS VIDAL: Eu
concedo, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quem
concede a Questão de Ordem é a Mesa.
O
SR. BETO MOESCH (Requerimento): Obrigado,
Ver. Elias Vidal. Eu solicito à Mesa Diretora que faça uma reunião específica
sobre os ocorridos nesta Casa, porque vários Vereadores estão sendo ameaçados,
e isso não pode continuar. A Mesa Diretora tem que tomar uma posição sobre
isso. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Se
a Presidência tomar algum conhecimento materializado sobre o tema,
imediatamente tomará uma providência. Portanto, eu aguardo a materialidade da
manifestação.
Vossa
Excelência, Ver. Elias Vidal, está com a palavra.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, a saúde é o maior patrimônio que um ser humano pode ter; portanto,
este é um tema que tem que estar acima de todas as questões ideológicas. Agora,
realmente, é uma pena que, num tema que trata sobre a dor, questões de vida, de
morte, de sofrimento, haja uma colocação ideológica; é um momento inadequado.
Então,
só para concluir, na mesma linha de pensamento do Ver. Haroldo de Souza, vamos
fazer uma reflexão: a oposição esteve 16 anos no Poder e, depois de 16 anos,
vem aqui bater no peito, porque doaram, deram uma esmola de 150 mil reais.
Depois de 16 anos, isso é vergonhoso! Então, como Líder do PPS, nesta Casa, eu
deixo aqui o meu protesto: essas coisas não podem ser feitas no momento em que
se está lidando com uma situação tão séria como a questão do pronto-socorro da
Zona Sul, quando se trata de vida. Querem desvirtuar o bom debate para uma
questão ideológica ao dizer que fizeram um grande mérito, uma grande coisa por
esta Cidade, depois de 16 anos, com apenas a esmola, a migalha de 150 mil
reais. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h57min): Estão reabertos os trabalhos.
Queremos
registrar a presença do Dr. José Glass, Presidente do Hospital Parque Belém.
Bem-vindo à nossa Casa, Presidente! Quero agradecer todos, mais uma vez, pelas
presenças.
Convido
os Líderes de Bancadas a se aproximarem da Presidência, para acertarmos os
trabalhos desta tarde. (Pausa.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr.
Presidente, este Vereador consultou todas as Lideranças partidárias, e estamos
solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, ingressando, imediatamente, na
Ordem do Dia, devido a duas questões: em primeiro lugar, deve ser votado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 003/08, que autoriza o Prefeito Municipal a
ausentar-se do Estado e do País no período de 20 a 27 de abril de 2008, para
Minas Gerais e Nova Iorque; logo após, apreciaremos o Requerimento de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni, que solicita que seja convocado, para comparecer a
este Legislativo, o Sr. Eliseu Santos. Depois, deveremos seguir a ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento feito pelo Ver. Professor Garcia, após ter consultado
as Lideranças, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, no sentido de
ingressarmos imediatamente na Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo
quórum, passamos à
PROC. Nº 2592/08 –
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 003/08, que autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Senhor
José Fogaça, a ausentar-se do Estado e do País, do dia 20 de abril até o dia 27
de abril de 2008.
Parecer:
- da CCJ, Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em discussão o PDL nº 003/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 026/08 – (Proc. Nº 2484/08 – Ver. Aldacir Oliboni) – requer seja convidado a comparecer neste Legislativo o Sr. Eliseu Santos, Secretário Municipal da Saúde, a fim de esclarecer questões referentes à atual situação do Programa Saúde da Família em Porto Alegre e às respectivas proposições de autoria do Executivo enviadas a esta Casa. (incluído em 17-04-08)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº
026/08. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento nº 026/08.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu não tenho nada
contrário à votação desse Requerimento que solicita a convocação do Sr.
Secretário da Saúde para prestar esclarecimentos, mas, como o Regimento Interno
é algo que deve se respeitado, uma vez que nós juramos respeitá-lo, quero saber
se o Requerimento atende o que preceitua o art. 137 do Regimento Interno, que
diz (Lê.): “O Secretário Municipal, Diretor de Autarquia ou de órgão
não-subordinado à Secretaria poderá ser convocado pela Câmara ou por Comissão
para prestar informações sobre assunto administrativo de sua responsabilidade.
§
1º - A convocação será comunicada ao Prefeito pelo Presidente, mediante ofício,
com indicação precisa e clara das questões a serem respondidas”.
E
aí eu pergunto: quais são as questões precisas que estão claramente impressas
para serem respondidas pelo Secretário da Saúde?
Eu
não quero ver o Secretário da Saúde chegar aqui e dizer que não é obrigado a
responder, porque não lhe mandaram o questionário na forma do Regimento
Interno.
Eu
já fui convocado como Secretário; eu já pedi para convocar Secretários, e acho
que o Regimento Interno tem de ser respeitado.
Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Dr. Ver. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 026/08.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, claro que é bom que um
Secretário, um Vice-Prefeito ou um Prefeito compareçam ao Plenário para nos dar
orientações sobre determinado assunto complexo como é o assunto dos PSFs. E
temos de discutir muito sobre a questão de que somente sejam aceitas pessoas de
até 40 anos para fazerem o concurso.
A
nossa Bancada não concorda com isso, embora seja da base do Governo; nós
entendemos que tem de haver um elastério para a idade das pessoas que prestarão
o concurso para o Programa de Saúde da Família, que agora tem outro nome, nem é
programa, é outro nome, é Estratégia, é ESF.
Mas
eu imagino que fazer a convocação de um Secretário é uma situação inadequada.
Eu imagino que ele deveria ser convidado, e não convocado, porque, quando a
gente convoca uma pessoa, se imagina que ela esteja fazendo coisas erradas, e,
por isto, ela precisa ser convocada, para não fugir à presença. E, como o
Secretário Eliseu Santos não tem feito absolutamente nada de errado - ele pode
ter pequenos equívocos, como têm todos os governos, mas todos sanáveis -, ele
não merece ser convocado, ele tem que ser convidado.
O
ex-Vereador, ex-Deputado, atual Secretário e Vice-Prefeito é, seguramente, o
melhor Secretário de Saúde dos últimos 20 anos. Ele foi para os postos de
saúde, ele foi visitar as comunidades, ele regulamentou, de alguma forma, o
Programa de Saúde da Família, que estava se deteriorando. Então, eu imagino que
esta Casa não deva aprovar a convocação de S. Exa., mas sim, transformar a
convocação, Ver. Beto Moesch, em um convite, e aí a nossa Bancada, que é a
mesma do Vice-Prefeito, ex-grande Secretário, levará o convite, e S. Exª estará
aqui, ao lado do Presidente Melo, respondendo aos questionamentos que V. Exas
fizerem.
Portanto,
solicito que não se vote o Comparecimento dessa maneira, e sim - estou sendo
enfático, respondendo várias vezes -, que se faça um convite como já fizemos
com Secretários de outras gestões, que não eram as nossas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
026/08.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o
Ver. Aldacir Oliboni é um Vereador experiente, conhecedor da área de Saúde
pública, e, por isso mesmo, sabe que os problemas que envolvem a Saúde pública
em nosso Município não são problemas que começaram neste Governo, já vêm ao
longo dos tempos, e precisamos, Ver. Aldacir Oliboni, todos nós, unir esforços,
para que a população possa ser melhor resguardada com relação aos perigos que
decorrem em cada uma das regiões da Cidade. Não há apenas o perigo da dengue,
mas nós temos aí tantos outros problemas, e nós, do Legislativo, e também o
Executivo, temos de estar juntos, unidos, para que a Saúde em nosso Município
possa ser uma Saúde melhor.
Sabemos
que, no processo de convocação, Ver. Oliboni - e V. Exª conhece o Regimento tão
bem quanto eu -, nós temos uma demora realmente muito longa, e nós precisamos,
na verdade, de ações mais imediatas. Nesse caso, com toda a certeza, V. Exª
deveria solicitar que a palavra “convocação” fosse mudada para a palavra
“convite”, porque nós poderíamos, através de entendimentos com a Bancada
governista, quem sabe, fazer com que a vinda do Secretário pudesse se dar de
forma imediata. Eu tenho certeza absoluta de que V. Exª é um bom Vereador e não
quer apenas fazer alarido com a vinda do Secretário; eu sei que V. Exª quer
conversar de forma séria, a fim de que o Secretário possa nos colocar a par de
todas as medidas que estão sendo tomadas para que a Saúde, em nosso Município,
possa ser uma Saúde melhor.
Assim
sendo, eu deixo aqui a solicitação ao Ver. Oliboni, para que ele chegue até o
seu objetivo através do convite, e não através da convocação, porque a
convocação, na verdade, fará com que nós, aqui no plenário, esperemos muito
tempo a vinda do Secretário. A mudança para convite faz com que todos nós
possamos, realmente, dialogar com o Secretário de uma maneira muito mais
rápida.
Esse
é o pedido que nós, da Bancada do PSDB, fazemos ao autor desse Requerimento, a
fim de que esses problemas possam ser resolvidos com mais rapidez.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores;
público que acompanha a Sessão pelo Canal 16, fiquei atento ouvindo as
manifestações tanto do Ver. João Antonio Dib, do Ver. Luiz Braz como também do
Ver. Dr. Goulart. Estávamos conversando com o Líder do Governo, Ver. Professor
Garcia, a respeito da palavra “convocação”; aí me auxilio, aqui, do Regimento
Interno, art. 137, que diz o seguinte: “O Secretário
Municipal, Diretor de Autarquia ou de órgão não-subordinado à Secretaria poderá
ser convocado pela Câmara de [Vereadores] ou por Comissão [desta Casa] para prestar informações sobre assunto administrativo de sua
responsabilidade. § 1º: A convocação será comunicada ao Prefeito pelo
Presidente, mediante ofício, com indicação precisa e clara das questões a serem
respondidas.” Como dizia o Ver. João Antonio Dib, a convocação comunicará dia e
hora de seu comparecimento, encaminhada com antecedência de três dias úteis.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento n° 026/08.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é
muito oportuno o Requerimento do Ver. Aldacir Oliboni, porque nós, da Comissão
de Saúde, eu, como Vice-Presidenta - e aqui a Presidenta pode respaldar a minha
intervenção -, Ver. Antonio Dib, estamos tendo uma série de dificuldades com a
Secretaria da Saúde. Não temos dificuldades apenas com o Secretário, porque eu
acho que os Secretários não têm que estar o tempo todo na Câmara Municipal,
eles têm que estar trabalhando nas Secretarias, mas que mandem um representante
para as reuniões das Comissões, para a nossa Comissão, especificamente, que
saiba o assunto que está sendo tratado, especificamente, dos pontos abordados.
Ver.
Haroldo de Souza, a Comissão, desde o início deste ano legislativo, vem
tentando buscar respostas para os questionamentos das comunidades que chegam à
Comissão, e a Secretaria da Saúde simplesmente ignora essa Comissão; aliás, o
Secretário da Saúde. Ele não manda representação, e, quando manda, são pessoas
que vêm com a maior boa vontade, mas que desconhecem completamente o tema a ser
tratado naquela audiência, naquela reunião. Isso é um problema sério,
gravíssimo!
Portanto,
chegamos, hoje, para a votação de um Requerimento, buscando a convocação do
Secretário. Por que essa palavra está tão pesada? Porque os convites feitos
pela Comissão de Saúde, em momento algum, foram aceitos pelo Secretário. Nós já
marcamos e desmarcamos reuniões por mais de três vezes, nesse último período,
buscando a agenda do Secretário, porque são inúmeras as comunidades que aqui
chegam pedindo uma solução para a questão da Saúde.
Eu
não vou me deter aqui nos temas específicos colocados, como a UBS Santa Rosa,
que não tem médico; como a questão do Projeto do PSF, que envolve um
contingente de mais de 700 pessoas na cidade de Porto Alegre; como a questão da
UBS da Vila São Borja; como a relação dos postos de saúde que o Secretário nos
deu, os quais nós visitamos, fazendo uma pauta positiva, e observamos que o que
foi colocado naquele Relatório, para que a Comissão verificasse, não é verdade,
não é real. Tudo isso nós queríamos poder dizer ao Secretário, para que ele
possa ser melhor assessorado, porque as informações que passaram para ele,
naquele Relatório, não são corretas.
E,
mais uma vez, a Comissão, com toda a boa vontade, Ver. João Antonio Dib, estava
organizada para, amanhã, numa reunião extraordinária, receber o Secretário de
Saúde para ver toda a demanda reprimida dessa Comissão.
Para
a nossa surpresa, mais uma vez, hoje à tarde, o Secretário cancela a vinda a
esta Casa. Então, nós temos que tomar outras providências. Nós temos recursos
regimentais que garantem a esta Casa o respeito necessário dos Secretários e do Prefeito
com a Câmara Municipal. Portanto, não é pesada a palavra “convocação”, mas, se
assim os Vereadores entenderem, não há problema nenhum em ser um convite,
Vereador Dib, desde que o Secretário assuma o compromisso e a responsabilidade
de vir a esta Casa responder a todas as questões.
Para o senhor ter uma idéia, Ver. João Antonio Dib,
no dia 31 de março, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa encaminhou
um ofício ao Sr. Secretário, solicitando o seu comparecimento aqui, com a
listagem de demandas reprimidas pela Comissão, para as quais não obtivemos
sequer retorno. É com este desrespeito que o atual Secretário da Saúde trata a
Câmara Municipal, trata a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Eu não vejo problema nenhum em se fazer uma
convocação, mas, se amenizar, se ficar melhor aos ouvidos de todos nós, podemos
refazer, mandar um convite, sim, desde que ele venha, de fato, a esta Casa e
responda a todas as questões colocadas pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
não apenas sobre o Projeto do PSF, mas sobre toda a demanda reprimida da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente. É isto que queremos: que ele, de fato, venha
e nos dê as respostas, porque as comunidades, especialmente da periferia de
Porto Alegre, querem as respostas sobre Saúde pública no Município de Porto
Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver Ervino
Besson está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 026/08.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, quero saudar todos.
Tenho o maior respeito pelo Ver. Aldacir Oliboni,
mas quero dizer aos queridos colegas que estranho algumas de suas atitudes,
pelo seu preparo e pela sua história; sou amigo dele e sou franco: não concordo
com alguns de seus procedimentos. Há poucos dias, ele fez um pronunciamento,
aqui na tribuna, e chamou o Vice-Prefeito da Cidade - eleito democraticamente
pelo povo, médico, e hoje Secretário da Saúde do Município -, por seis vezes,
de mentiroso. Eu não sei por que o Ver. Aldacir Oliboni, às vezes, tem essas
atitudes. Eu acho que essa atitude não faz parte da história do Ver. Aldacir
Oliboni. Hoje, ele entrou com um Requerimento, convocando o Secretário da Saúde
para vir a esta Câmara. Eu acho que o Ver. Aldacir Oliboni quer um confronto
com o nosso Secretário e Vice-Prefeito desta Cidade. Eu entendo que um convite
seria uma forma mais educada, e eu não quero chamar o Ver. Aldacir Oliboni de
mal-educado; não é essa a minha colocação. Mas vamos convidar o Vice-Prefeito,
como é praxe nesta Casa. Caso a pessoa convidada se recusar a vir, aí poderemos
agir de acordo com o Regimento: convocar a pessoa a vir a esta Casa.
Eu penso que o Ver. Aldacir Oliboni deve repensar
sua atitude, porque não é da sua formação, pela sua história e pelo que ele
representa como Vereador da cidade de Porto Alegre.
Hoje, pela manhã, estivemos - alguns Vereadores, o
Presidente desta Casa, a Verª Maristela Maffei, o Ver. Mauro, o Ver. Dr. Raul,
o Ver. Dr. Goulart - na inauguração de uma ala no Grupo Hospitalar Conceição. É
um prédio extraordinário, a população de Porto Alegre está de parabéns por
receber essa grande obra, principalmente para as nossas queridas crianças de
Porto Alegre. Estiveram presentes também outros Vereadores, o Ver. Guilherme
Barbosa, a Verª Margarete Moraes; havia pessoas com grande representatividade,
e, no momento em que o Presidente fez uso da palavra - e fez um belo discurso
-, disse o seguinte: “Tem praticamente quórum aqui na inauguração desta ala no
Hospital Nossa Senhora da Conceição”.
O
Sr. Beltrame, Secretário do Ministro José Gomes Temporão, da Saúde, fez, em seu
discurso, algumas colocações: “Nós temos, sim, que deixar de criticar o Sistema
Único de Saúde e temos que colaborar mais. Há muitas críticas aqui em Porto
Alegre, há muitas inverdades” - dito por ele! Então, para quem servem essas
colocações? Para quem serve isso, meu estimado colega Ver. Aldacir Oliboni? Eu
acho que essa cacetada serviu para o PT. Esse puxão de orelhas serviu para o PT,
Vereador! Ele disse muito claramente e em bom som, pergunte aos seus colegas
que estiveram lá. Então, nós temos que trabalhar juntos. Não adianta criticar.
Não adianta colocar outdoor para criticar e espalhar por esta Cidade;
nós temos que nos ajudar, porque, se a Saúde está na situação em que se
encontra hoje, é porque o Sistema Único de Saúde paga tão pouco, Ver. João
Bosco Vaz, que os hospitais estão sucatados. O recurso que eles recebem não
cobre as despesas. Vamos com calma, nós temos que criticar em cima de assuntos
verídicos, e não criticar por criticar.
Portanto, Ver. Aldacir Oliboni, eu tenho o maior
respeito por V. Exa, mas quero que V. Exª receba isso não como uma... Não sou
ninguém para corrigir, enfim, pois V. Exª é um Vereador igual a mim, mas essa
atitude não faz parte da postura e da história de V. Exª como Vereador desta
Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 026/08.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores;
Ver. Ervino Besson, é importante nós separarmos a questão da crítica que foi
colocada. Na verdade, com relação ao que estava sendo colocado ali, tem-se que
diferenciar a Administração Municipal do Sistema Único de Saúde. Só para
separar. O que se estava colocando ali é neste sentido: às vezes, a
Administração Municipal - nós temos esse problema, ainda muito sério, aqui em
Porto Alegre - não tem um plano de gestão e não coloca em prática o SUS. É isso
o que está acontecendo, diferentemente do que está acontecendo, hoje, lá no
Hospital Conceição, o que nós vimos hoje. Aliás, quero parabenizar o nosso
Presidente, que foi muito feliz na representação desta Casa; nós nos sentimos,
com certeza, contemplados com a sua desenvoltura, que é uma característica de
V. Exª, que hoje se superou, foi muito bem. Parabéns!
Eu quero adentrar a questão que está sendo aqui
encaminhada. Mas, antes de dar a opinião da nossa Bancada, eu quero lembrar a
esta Casa situações já vivenciadas aqui em relação a outros convites ou
convocações. Muita humilhação foi feita por muitos Vereadores desta Casa em
relação a convite e a convocação. E, antes, a oposição, quando encaminhava que
tinha de ser convocação - e mesmo a Administração Popular estando no Governo e
sendo minoria -, muitas vezes, foi humilhada; muitas vezes, nós tivemos que
passar por situações, Ver. João Antonio Dib, que nos deixou muito
entristecidos, pelo método.
E eu quero dizer ao meu caro Ver. Aldacir Oliboni,
que eu prezo muito, que tem um trabalho seriíssimo nessa área, e que, portanto,
tem todo o meu respeito, que esta Vereadora não vai acompanhar V. Exª neste
voto, mas não pelo mérito. Não pelo mérito, não pela falta de respeito, pois,
pelo respeito que tenho por V. Exª,Vereador, e pela Bancada do PT, eu não vou
usar dessa mesma metodologia. Mas, com certeza, aqui, serei parceira para fazer
todas as cobranças necessárias ao Secretário, porque eu sei - em especial, com
relação ao PT - o quanto é difícil, e eu não tiro a razão de V. Exas. de
estarem encaminhando dessa forma. Portanto, nesse sentido, eu sou parceira.
Agora, em relação à questão do voto, o que nós
queremos é que o Secretário venha a esta Casa e nos ouça! Ouça o clamor das
comunidades! Ouça o clamor do Conselho de Saúde! Ouça, realmente, as
necessidades! E eu tenho certeza de que o Secretário virá aqui, e nós, com a
hombridade e com a retidão que nós temos, vamos cobrar dele, com certeza, a
solução para os problemas que nós vivenciamos.
Portanto, Ver. Aldacir
Oliboni, meus respeitos pelo encaminhamento, mas esta Vereadora vota no sentido
de poder modificar para convite. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 026/08.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidentes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, havíamos conversado
com o Ver. Aldacir Oliboni quanto à formatação. É legítimo o Vereador solicitar
a convocação? É, mas, no
nosso entendimento, é muito forte. Para ele ser convocado, tem que ser para
algo de extrema, extrema urgência, até porque nós falamos muito no respeito
entre Legislativo e Executivo e suas autonomias. Agora, um comparecimento a
esta Casa, por que não?
Ainda
hoje, tive a oportunidade de conversar com a Verª Neuza Canabarro, Presidenta
da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e com a Verª Maria Celeste, também da
Comissão, que nos procurou, e perguntei, questionei o Ver. Aldacir Oliboni:
estão solicitando que o Secretário, Vice-Prefeito, venha a esta Casa, na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e que venha ao Plenário? E coloquei: o
importante é V. Exas. também decidirem, porque, se ficar no âmbito da Comissão,
tudo bem, é uma decisão. Se vier para o Plenário, é outra decisão. Só que, no
nosso entendimento - e me parece que houve um acordo -, não devemos chamá-lo
duas vezes num curto espaço de tempo.
Ontem,
tive uma conversa com o Sr. Vice-Prefeito e Secretário da Saúde, e já acordamos
sobre a possibilidade de ele vir aqui não sob a forma de convocação. Não sob a
forma de convocação. Mas já queremos até sugerir alguma data, depois do dia 10
de maio, e, certamente, ele vai estar aqui. Quero assumir esse compromisso.
Depois,
tenho certeza de que o Líder do PTB, Partido do qual o Vice-Prefeito faz parte,
deve formular algum questionamento, uma palavra de ordem. Ver. Dr. Goulart,
certamente V. Exª fará isso depois. Mas, como não é possível a retirada, este
Vereador não tem como votar favoravelmente, Ver. Aldacir Oliboni. Entendo
legítimo, estou propondo que nós o derrotemos na sua solicitação, mas, ato
contínuo, entendemos mais do que justo e oportuno que o Secretário venha a esta
Casa, coloque os questionamentos, faça a maior explanação possível, até porque
nós temos toda a tranqüilidade quando sabemos que o trabalho que ele está
fazendo pela cidade de Porto Alegre é um trabalho muito bom. E aquele que é bom
e tem tranqüilidade vai elucidar todos os casos, tenho certeza. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Nobre
Presidente, nós temos a certeza absoluta de que há concordância em relação ao
fato de que o Secretário deve comparecer nesta Casa. Seja comparecimento,
convite, é uma questão de interpretação. Por isso, estou solicitando o
adiamento da votação por uma Sessão, ficando para quarta-feira a votação. Muito
obrigado.
O
SR. DR. GOULART: Eu
coloco a seu estudo o pedido de comparecimento do Secretário nesta Casa para elucidar
os fatos que ele entender que sejam problemas. Estou entregando à sua
assessoria o Requerimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, todas as Bancadas se pronunciaram, o autor se pronunciou, não
há como fazer um adiamento. Eu acho que o adiamento só vai complicar a
situação. Nós temos que rejeitar o Requerimento do Ver. Oliboni e fazer um novo
requerimento, convidando o Secretário. E, talvez, nem seja necessário
documento, pois o Líder do Governo poderá fazer esse convite, e acontecerá o
evento. Eu acho que não há o que adiar, porque não há mais ninguém para falar.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
João Dib e demais Vereadores, o Vereador tem a faculdade de pedir o adiamento
de votação. Se o Plenário vai aceitar ou não, não é competência da Presidência.
Para tanto, há um Requerimento, de autoria do Ver. Oliboni, pedindo adiamento
de votação. A Presidência vai colocar em votação.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Maurício Dziedricki, o Requerimento, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que solicita adiamento de votação, por uma
Sessão, do Requerimento nº 026/08, também de sua autoria. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 04 votos SIM e 16 votos NÃO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Claudio Sebenelo, o Requerimento nº
026/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 05 votos SIM
e 20 votos NÃO.
O
SR. DR. GOULART (Requerimento): Excelência,
havia um momento de tumulto quando da votação e revotação. Então, agora,
eu faço um Requerimento do comparecimento de S. Exª o Secretário de Saúde
Eliseu Santos a V. Exª , que estou entregando à sua assessoria.
(Procede-se
à entrega do Requerimento.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Mesa aceita como sugestão, porque não trata de Requerimento, mas, pelo que
vejo, haverá uma grande concertação sobre esse tema da vinda do Sr. Secretário.
Convido
o Ver. Claudio Sebenelo a assumir a presidência dos trabalhos desta tarde,
porque estou me dirigindo ao Ministério Público para presidir uma Mesa no
Congresso Municipal Brasileiro de Municipalismo, que terá como debatedor o
Desembargador Difini.
Encerrada
a Ordem do Dia.
Antes
de passar a presidência, o Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
que grandes transformações a Saúde de Porto Alegre tem que empreender nos
próximos anos! Que não seja um projeto de Partido; que seja um projeto de
Governo de Estado, no sentido lato da palavra.
Nós
precisamos nos debruçar sobre a preocupação do Ver. Brasinha, que é o Hospital
Lazarotto, que está se deteriorando, está se rebentando, mofando, e, no
entanto, várias pessoas estão no mesmo estado nas emergências do Hospital de
Clínicas, do Hospital Cristo Redentor, do Hospital da PUC e do próprio
maravilhoso Hospital Nossa Senhora da Conceição - temos que nos debruçar!
Dona
Ilma e Dona Fiorina têm 6.500 assinaturas que nós devemos respeitar e estudar.
E o Ver. Brasinha, oportunamente, vai trazer esse pedido para que os Vereadores
se debrucem e a Comissão de Saúde também. Mas eu acho, deveras, importante
também tratarmos do Hospital de Pronto Socorro, dentro da realidade em que ele
necessita ser tratado. Eu imagino que se tenha que retirar o atendimento do
bloco da frente e passar para o bloco de trás do Hospital de Pronto Socorro,
pois essa parte foi construída há quatro, cinco anos, e está limpa, está nova,
mas alberga só a administração do Hospital. Os administradores têm que ficar um
pouco mais longe, os que não forem necessários dentro do hospital; só os chefes
de plantão que deverão ficar. Tem que se destruir a frente do Hospital de
Pronto Socorro, fazer um Pronto Socorro novo, um Pronto Socorro limpo, um
Pronto Socorro com tomadas modernas, com salas modernas, sem os insetos que lá
estão, sem os mamíferos que lá estão, sem as aves que lá estão. Nós precisamos
pedir esse estudo para a Secretaria de Saúde, ou mudamos de local, fazemos o
Pronto Socorro em outro local, ali no caminho da PUC, ali onde há aquele espaço
enorme do quartel; ou nós passamos, adaptamos a parte administrativa do Pronto
Socorro, e lá colocamos os nossos doentes para, num tempo recorde, fazer um
novo Pronto Socorro. Aquele não dá mais, são 60 anos, são muitos anos, muito
tempo.
E
eu acho, também, que devemos nos debruçar sobre o problema do pronto-socorro da
Zona Sul. Vejam quanto trabalho tem aí pela frente! Pronto-socorro Zona Sul,
sim, lá no Parque Belém, porque quem se machuca na Restinga, quem se machuca na
Extrema, quem se machuca na Juca Batista demora muito tempo para chegar ao
pronto-socorro do Centro da Cidade, que, outrora, era o Centro da Cidade, e que
não é mais. A Cidade se expandiu, cresceu, e nós vamos deixar as pessoas que
estão longe sangrarem até chegarem ao HPS, com o nosso trânsito terrível? Agora
mesmo, fizeram um estudo e verificaram que, se deslocando pela 3a
Perimetral, para o Centro ou para o aeroporto, demora-se mais tempo do que pela
antiga saída. Então, nós precisamos ter um pronto-socorro lá. Alguém disse
aqui: “E, talvez, na Zona Norte também”. Não, na Zona Norte já tem! Nós temos
um pronto-socorro na Zona Norte, que é do Grupo Conceição, que é o grande e
maravilhoso Hospital Cristo Redentor.
Nós
precisamos, então, estudar o Lazarotto. E de que jeito eu imagino isso? Tem que
ser encampado pela Prefeitura, e as dívidas, que sejam disputadas entre os
credores e os devedores. Não pode ficar aquele espaço envelhecendo, se
quebrando, enquanto várias pessoas estão morrendo nas emergências, estão
sofrendo nas emergências. Nós precisamos, como uma manobra de Estado, tomar
conta daquilo que está envelhecendo. É um crime contra a saúde dos povos deixar
deteriorar aquela peça, aquele equipamento, porque a Prefeitura não pode, por
linhas jurídicas, tomar conta. Pode! É só o Prefeito dizer que necessita e
encampar aquilo! Ninguém se entende naquele imbróglio, naquela briga. Temos que
trabalhar o Lazarotto, temos que trabalhar o hospital de pronto-socorro
Parque Belém, da Zona Sul e temos que fazer um novo pronto-socorro. O Ver. João
Dib merece chegar lá, como Prefeito que foi, e ajudar a descerrar a nova fita
verde e amarela do novo hospital de pronto-socorro, o que será uma salvação
para as pessoas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Fiquei
profundamente triste com essa votação do Requerimento para a convocação do Secretário
de Saúde. Não tenho nada contra a convocação do Secretário de Saúde. É
necessário que se tenha experiência, seriedade e responsabilidade para se fazer
a convocação. E não se diga que, ontem à tarde, eu não alertei o Ver. Aldacir
Oliboni de que nós não poderíamos convocar o Secretário sem que formulássemos
os quesitos para a convocação. E isso é fruto da experiência. O Vereador não
tinha nascido ainda, e eu já vinha à Câmara responder a uma convocação.
Foram-me dados 30 minutos para responder aos quesitos da convocação. Durante
menos de 15 minutos, eu falei e encerrei. E aí o Presidente José Aloísio Filho,
com aquela categoria que o caracterizava, com aquela seriedade, com
responsabilidade e com competência, deu a palavra ao autor do Requerimento da convocação
para que perguntasse o que quisesse. O autor disse que não tinha o que
perguntar, pois eu já havia, no meu pronunciamento, respondido aos quesitos
formulados. Aí, eu permaneci praticamente toda a tarde na Câmara e respondi a
todas as perguntas que me foram formuladas, e o Presidente, todas as vezes,
dizia: “O Secretário não é obrigado a responder. Responde se for de sua
vontade, porque não foi formulado esse quesito”. Respondi até sobre coisas que
não eram da minha Secretaria, pois eu conhecia a Prefeitura e respondi. Isso
foi em 1963. Quem convocou foi o ex-Vereador
Alcides Schroeter. Eu respondi, sabia, conhecia o assunto. Agora,
convocar o Secretário, não fazer os quesitos da convocação e pedir ao Plenário
que aprove, pedir que o Presidente assine esse pedido de convocação... É um
atestado de incompetência do Presidente se ele assinar, ou um atestado de má-fé
se ele assinar. O Ver. Oliboni foi alertado sobre isso ontem.
Eu
também quero ouvir o Secretário, todos querem ouvir o Secretário, e, se ele for
convidado, virá aqui, sem dúvida nenhuma. Ele foi Vereador nesta Casa, ele é o
Vice-Prefeito, ele é o Secretário da Saúde, ele virá, sem dúvida nenhuma, e aí,
dez Vereadores se inscreverão e, por cinco minutos, poderão colocar as suas
dúvidas, cada um deles, e o Secretário poderá responder a todas as dúvidas
colocadas, mas não já usarem o tempo de encaminhamento da votação do
Requerimento para falar mal do Secretário. Não é assim que se convida, não é
assim que se convoca; é preciso educação, é preciso respeito, é preciso
responsabilidade, é preciso seriedade! E faltou isso! Faltou respeito até com
este Vereador, que alertou, lendo o documento, que é o Regimento.
O
Sr. Aldacir Oliboni: V.
Exª permite um aparte?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Oliboni, sei que V. Exª quer um aparte.
Lamentavelmente, eu não posso dar porque estou em Comunicação de Líder.
Mostrei
ao Ver. Oliboni, ontem, o art. 137, § 1°, e sugeri que ele trocasse por
convite. Ele levou na brincadeira. Hoje, atacaram o Secretário, e eu acho que
foi de uma forma incorreta. Eu não quero pactuar com esse tipo de coisa, não
vou pactuar. E acho que o Secretário convidado virá, tenho plena certeza de que
ele virá aqui, porque o próprio Líder do Governo já colocou isso. Mas não era
no encaminhamento que nós deveríamos falar mal. Nós deveríamos encaminhar o
Requerimento, e esse encaminhamento não foi feito. Aproveitaram a oportunidade
para falar de todos os outros assuntos, menos do Requerimento, se deveria ser
aprovado ou rejeitado. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Dr. Raul está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A
questão da dengue também nos preocupa e nos deixa em alerta, bem como toda a
comunidade. Ainda não tivemos nenhum caso de dengue adquirido aqui em Porto
Alegre. Nós temos que estar muito previdentes, e a própria Secretaria, nos
próximos dias, colocará mais 300 agentes em ação, porque, mais do que isso, eu
sou daqueles que acreditam que já
precisamos pensar no ano que vem. Por quê? Porque, daqui para frente, haverá um
período de frio aqui, quando o ciclo reprodutivo do mosquito diminui muito, os
mosquitos não se mostram, mas os seus ovos duram mais de ano e, certamente,
serão reativados no próximo verão. Então, nós precisamos de um trabalho de
conscientização efetiva de todos, para que dengue não venha para a cidade de
Porto Alegre. Isso depende, com certeza, de todos nós, de todos os cidadãos,
inclusive da qualificação de pessoas, como do próprio Exército, onde muitos já
foram qualificados, para que nós possamos botar, efetivamente, na cabeça das
pessoas, a necessidade das ações preventivas, das atitudes preventivas que já
foram divulgadas pela imprensa. Saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje, pela manhã,
a Cidade viveu um momento extremamente luminoso, e não apenas graças ao clima
maravilhoso, mas porque o Governo do Presidente Lula cumpre as suas funções com
a Saúde e promoveu um evento no GHC. Queremos cumprimentar, aqui, os seus
representantes, a nossa querida ex-Vereadora Jussara Cony, o Barrichello e o
Dr. Ivo Leuck.
O
Governo Lula é o governo que mais repassou recursos para a Saúde, para o Rio
Grande do Sul e para Porto Alegre. E, hoje, foram reinauguradas a UTI, as
internações, a Emergência Pediátrica do Hospital da Criança Conceição, que,
agora, se transforma em hospital de primeira grandeza.
Todas
as crianças serão atendidas, nenhuma criança será repassada para outro
hospital. Ninguém será encaminhado para outro local. O local ficou,
esteticamente, com uma classificação muito bonita, agradável, atraente e com a
cor de acordo com a gravidade da situação da criança, do paciente. E havia,
sobretudo, um ambiente cordial, um ambiente de esperança, de competência, e
esta é a boa gestão do dinheiro público: ter um hospital que é 100% SUS e que
orgulha todos nós.
Infelizmente,
essa situação não acontece em Porto Alegre, Ver. Oliboni. Essa situação do
Hospital da Criança Conceição não se repete na nossa Cidade. Aqui, há nuvens
pesadas, nuvens cinza, que não permitem que o Secretário seja convocado, quando
o Secretário tem obrigação constitucional e moral de vir a esta Casa para dar
satisfações. Esta Casa tem como obrigação fiscalizar o Executivo.
Agora,
o Conselho Municipal de Saúde, por quatro vezes, rejeitou as contas, reprovou
os relatórios trimestrais desta gestão. Existem queixas dos usuários em relação
ao mau funcionamento das Unidades de Saúde, à falta de profissionais, de
medicamentos, às filas intermináveis, à demora quase eterna no atendimento
especializado.
Quero
dizer, Ver. João Antonio Dib, que, sendo convite ou convocação, é obrigação
dele vir a esta Casa. Se fosse convite, haveria outra desculpa, nesta Casa,
para não querer que ele viesse aqui. O Ver. Oliboni seguiu as regras, ele
colocou todos os quesitos pelos quais o Secretário seria inquirido, seria
questionado. Agora, o art. 137 da nossa Lei, aqui, diz que a qualquer Vereador
é permitida a convocação de um Secretário. Então, estava tudo dentro das
regras, e, por uma razão política, rejeitaram o Requerimento do Ver. Aldacir
Oliboni, o que lamentamos muito.
Eu
também queria falar no fechamento, por 23 dias consecutivos, do
pronto-atendimento Cruzeiro do Sul, que deixou 300 mil pessoas sem atendimento
nesta Gestão do Governo Fogaça,
e a crise dos PSFs foi muito bem colocada nesta Casa. Aqui em Porto Alegre, a
Prefeitura não renovou aquele convênio com a FAURGS, exatamente às vésperas da
campanha de vacinação, cometeu uma série de trapalhadas, e hoje envia um
Projeto inconstitucional para esta Casa, tentando regularizar a situação dos
trabalhadores e trabalhadoras dos PSFs.
Existe,
Ver. Luiz Braz - eu queria que V. Exª, que é um estudioso, examinasse -, o
Parecer da Procuradoria desta Casa, onde consta que se trata de um Projeto
inconstitucional. Portanto, nós, em nome do Ver. Claudio Sebenelo, do Ver.
Sebastião Melo e de toda a Mesa, estamos solicitando ao Presidente que devolva
esse Projeto ao Executivo, para que ele possa retificá-lo e mandar de volta
para esta Casa para podermos examiná-lo, como aconteceu com aquele Projeto do
Plano Diretor, que nós devolvemos, e o Governo aprimorou, corrigiu, retificou.
Mas
o que eu quero salientar, sobretudo, é o contraste daquele belo clima da manhã,
um clima de competência, de beleza, de atendimento à saúde; todos os Partidos,
todos os que estavam lá reconheceram o trabalho do GHC, que se deve a esta Gestão, mas que se deve, sobretudo,
aos trabalhadores e trabalhadoras do GHC, que foi pioneiro nesse Programa de
Saúde da Família e que, há tantos anos, assim vem fazendo. Mas há um clima,
inclusive desta Casa, de Vereadores e Vereadoras, colegas nossos que não
querem, que impedem que o Secretário venha aqui dar satisfação de sua Gestão,
porque, se está tão boa como dizem, por que ele não pode vir aqui falar sobre a
sua Gestão, dialogar com esta Casa, ouvir sugestões desta Casa? Porque, por melhor
que seja - e nós achamos que vai muito mal a Saúde -, se vai bem, sempre é
possível aprimorá-la! Então, é uma situação lamentável!
O
Ver. Aldacir Oliboni apenas cumpriu um dispositivo constitucional, o artigo
137, que permite que qualquer Vereador desta Casa convoque um Secretário para
vir aqui dar satisfações, pois estava extremamente preocupado com a situação da
Saúde; não havia nenhuma ofensa pessoal ao Secretário, havia críticas à gestão
da Saúde, porque um Requerimento deve ser justificado, e havia essa
justificativa. Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Margarete Moraes.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Claudio
Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, com
toda a certeza, eu acredito que não apenas o Ver. Oliboni, que fez o
Requerimento, mas todos nós, Vereadores desta Câmara, queremos fazer com que a
Saúde possa, realmente, melhorar em nosso Município. Eu sempre afirmo que o
problema da Saúde não é um problema só da atualidade. Essa luta nós temos de
fazer com a consciência de que cabem, realmente, esforços de todos nós, tanto
do Legislativo como do Executivo, para que nós possamos melhorar a Saúde.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de mais nada, eu
quero agradecer a Verª Maristela Meneghetti por me conceder o seu tempo. Quero
também registrar aqui a presença, Ver. Sebenelo, da Fundação Gaia. Este ano, já se passaram seis
anos do falecimento do, sem dúvida, maior ambientalista deste País, um
dos maiores renomes ambientais do mundo, José Lutzenberger. Seis anos de
falecimento. E nós vamos, neste ano, nos somar, Ver. Claudio Sebenelo, a essa
data que é, por um lado, triste, mas que merece, Ver. Elói Guimarães, ser
frisada, porque Lutzenberger continua sendo um grande exemplo para nós.
Eu
estive, hoje, pela manhã, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC, e
chamo a atenção dos telespectadores do Canal 16, porque, até amanhã, nós temos
uma feira sobre construções sustentáveis da Alemanha, ou seja, projetos
ousados, mas também projetos muito simples que podem, tranqüilamente, Ver.
Ervino Besson, ser praticados aqui como muitos já estão sendo praticados no
interior do Estado e em Porto Alegre, como, por exemplo, na sede da entidade
ecológica Amigos da Terra e na futura sede da Agapan. Esses projetos ousados e
simples estão em exposição na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC, onde
se verifica o seguinte: nós temos muito mais soluções do que desafios.
A
sustentabilidade, tão falada, não é mais um desafio; ela é uma realidade. As
soluções estão aí, e nós precisamos, Ver. Dr. Goulart, entrar no século XXI.
Nós temos que ter a ousadia, nós temos que quebrar paradigmas e, de uma vez por
todas, abrir as portas e entrar no século XXI, porque há sustentabilidade nas
construções, Ver. Alceu Brasinha, há sustentabilidade na agropecuária, Ver.
Ervino Besson, há sustentabilidade na produção de alimentos e na produção de
energia. E aqui, Ver. João Antonio Dib - V. Exª, que, com razão, faz uma
crítica contumaz, precisa e objetiva ao Governo Lula -, hoje, nós temos que
reconhecer o que o Presidente Lula diz com relação aos biocombustíveis: que não
venham pessoas que não saem dos escritórios da Suíça dizer o que nós temos que
fazer, porque culpar os biocombustíveis pelo aumento de preço dos alimentos é
um tremendo equívoco. Temos que, neste ponto, nos somar ao Presidente Lula,
porque os biocombustíveis são, sim, alternativas energéticas que estão
favorecendo agricultores, inclusive familiares, e pode e deve ser mais uma
alternativa econômica em Porto Alegre, na nossa Zona Rural - e não venham falar
em Zona Rururbana, porque temos uma Zona Rural em Porto Alegre que precisa ser
cada vez mais fomentada. Nós podemos, sim, produzir substâncias, produtos para
biocombustível, porque tudo isso é sustentabilidade.
Nós tivemos, ontem, uma excelente reunião, onde os
Vereadores Adeli, Todeschini, Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza e a
Verª Margarete Moraes, presididos pelo nosso Presidente Sebastião Melo,
fizeram, junto com João Carlos Brum Torres, algumas estratégias e posições
sobre o Fórum Porto Alegre, uma Visão
do Futuro, onde todos colocaram, justamente, como diretriz para esse
Fórum, Ver. Garcia, essa fórmula da sustentabilidade; as cidades, as metrópoles
do mundo mostram que os problemas estão nas cidades, os problemas enfrentados
no mundo são decorrentes das cidades, porque é
lá que as pessoas moram, mais de 80% dos
brasileiros moram nas cidades, e isso só cresce no mundo todo; portanto, se o
impacto ocorre na Amazônia, é porque lá está sendo gerado esse impacto como,
por exemplo, a madeira que não é certificada, a madeira ilegal. Quase 70% da
produção da madeira ilegal da Amazônia é comprada pelas cidades brasileiras ou
por moradores e consumidores das cidades brasileiras. Ou
seja, se estamos preparando o Fórum Porto Alegre do Futuro; o seminário que
realizamos, agora em março - Gestão Sustentável nos Municípios -, e já estamos
preparando o Fórum Mundial Gestão Sustentável Local para março do ano que vem,
é porque, se os problemas estão nas cidades, são causados nas cidades ou em
decorrência das cidades; são as cidades, Ver. João Antonio Dib, do mundo -
pequenas, médias e grandes -, de todos os Continentes, que estão apresentando
as soluções para esse problema.
Mas
lá, também, Ver. João Antonio Dib, se o Governo dos Estados Unidos é
isolacionista, deu as costas para o mundo ou, ao contrário, arromba o mundo, a
sociedade americana, as cidades americanas, muitas delas, não aceitam essa
posição isolacionista e estão também dando mostra de sutentabilidade, de
espírito cooperativo, de governança solidária local. E isso está na PUC, isso
está na UFRGS, isso está na Ritter, isso está aqui dentro da Câmara de
Vereadores, que está realizando um Fórum nesse sentido, isso está em Porto
Alegre, mas também está em Dois Irmãos, está em Nova Hartz cujos representantes
estavam aqui mostrando um trabalho extraordinário, Ver. Guilherme Barbosa, de
alimentação orgânica nas escolas. São os Municípios mostrando que, Ver.
Goulart, se os problemas estão nos Municípios, é ali que estão surgindo as
soluções. E por que, então, somente as nações se unem
para - entre aspas - darem as soluções para os problemas mundiais? As
nações entendem do macro, mas não do micro, não do quotidiano, não do
dia-a-dia, porque essa vocação só o munícipe tem, só os Municípios têm.
Está na hora, Ver. João Antonio Dib, de nós,
munícipes, os munícipes do mundo, alertarmos as nações, porque, sem os
Municípios, não haverá soluções; haverá debates, debates e debates. Mas as
soluções do quotidiano passam pelos Municípios, e as soluções estão aí
praticadas, com resultados efetivos, aos quais esta Câmara sempre soube não
apenas se aliar, mas potencializar seja através de leis, seja através de
fóruns, de audiências públicas e de encaminhamentos inteligentes.
Eu
diria, também, nesse sentido - justamente dentro desse princípio de
subsidiariedade, desse princípio de governança solidária, desse princípio de
sustentabilidade - que o gestor tem que ser ousado, tem que fazer a gestão
junto com a sociedade; ele tem que entender que, sozinho, não pode e não tem
como resolver os problemas. É assim que fortalecemos o Conselho Municipal do
Meio Ambiente. Quem decide a aplicação do Fundo Municipal do Meio Ambiente é o
Conselho Municipal do Meio Ambiente - Lei Complementar Municipal nº 369 -, que
institui a política, o sistema e o Conselho Municipal de Meio Ambiente.
E
foi ali que nós vimos e provamos que, quando fazemos convênios com
instituições, elas conseguem fazer muito mais do que o Poder Público. A
entidade Amigos da Terra fez sete eventos, Quartas Temáticas da Cidade, com
sete mil reais, repassados pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente, num projeto
apresentado e aprovado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente. Se nós
fôssemos fazer, com 30 mil, não faríamos. Por que, Ver. Sebenelo? Porque essas
entidades têm vocação para isso, elas surgiram para isso, são instituições que
têm articulações, muitas vezes, maiores do que o Poder Público. E todas as
Quartas Temáticas da Cidade que foram viabilizadas com sete mil reais, com o
Fundo Municipal do Meio Ambiente, tiveram deliberações práticas para a própria
Cidade. Não ficaram nas discussões.
Com
relação às praças ecológicas, a mesma coisa, e, agora, com um convênio para
cuidarmos de animais silvestres e para a esterilização de animais, com apenas
três mil reais, 120 cães e gatos foram esterilizados. Nós, com 30, 35, 40 mil
reais, não faríamos o que foi feito por uma instituição, com projetos
apresentados ao COMAM - Conselho Municipal do Meio Ambiente -, aprovados pelo
COMAM, repassados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Beto Moesch, eu vou desviar o
assunto de V. Exª, porque tenho profunda curiosidade. V. Exª fala em meio
ambiente, e eu falei nos americanos. Um amigo nosso, amigo comum, sobrevoou,
recentemente, vindo da Alemanha, os Alpes e constatou que as geleiras dos Alpes
estão desaparecendo totalmente, e lá ainda era inverno, não era verão. E as
geleiras dos oceanos Ártico e Antártico - nós lemos, todos os dias, no jornal -
estão derretendo, transformando-se em icebergs; o mar está levantando o
nível. Como é que os ambientalistas vêem esse problema?
O SR. BETO MOESCH: Bem, Ver. João
Antonio Dib, isso está alarmando Lima, que depende das geleiras dos Andes;
Bogotá depende das geleiras dos Andes, e Santiago do Chile também. O pavor não
é só da Europa, é também aqui da América do Sul. Lutzemberger - Fundação Gaia
está aqui - dizia isso há 35 anos. Para os ecologistas, isso não é novidade. O
problema é que o mundo, Ver. Professor Garcia, demorou a se despertar também.
Antes tarde do que nunca. Os ambientalistas sabem que Gaia, que, mais do que um
planeta, é vida, é uma vida que voa pelo espaço, é tão forte, tão rica, que tem
um poder de regeneração extraordinário. É só colocarmos em prática a
sustentabilidade, as soluções locais em escala mundial que nós vamos conseguir,
sim, reverter muitos dos problemas que são, sim, criados - e provados já - por
nós, por uma concepção de desenvolvimento errônea tanto socialista quanto
capitalista, porque,
eminentemente, materialistas. Aqui, não há, Verª Maristela Maffei - falávamos
sobre isso ontem -, idealismos, aqui não há uma questão de direita ou de
esquerda, de socialismo ou capitalismo, porque todos são materialistas, e todos
não se deram conta de que nós só podemos ter um único tipo de desenvolvimento,
o desenvolvimento sustentável.
E,
por isso, o órgão ambiental municipal, há muitos anos - e sempre foi assim -,
não está devidamente estruturado, e é por isso que nós, ao aplicarmos multas
como nunca, estamos estruturando o órgão com as multas, estamos locando carros,
colocando motoristas e contratando pessoas com as multas dos infratores como a
Fepam faz, como o Ibama faz e como o mundo faz, tudo com o conhecimento do
Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado, que aplaudem a nossa
gestão por ousarmos, por não ficarmos esperando pelo Orçamento. Mas, como essas
outras ações que eu dei como exemplo, iniciando com a Alemanha, que está aqui
expondo na PUC, devemos ser criativos dentro de uma concepção de “pensar globalmente
e agir localmente”? Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores,
eu quero ressaltar o que já foi dito por muitos, pelo Ver. Dr. Raul, pela Verª
Margarete Moraes, e quero também continuar a dizer da importância do momento
que nós vivemos hoje no Grupo Hospitalar Conceição, onde foi inaugurada, Ver.
Sebenelo, a Emergência para o atendimento das nossas crianças. Eu digo “nossas
crianças”, porque 46%, em todo o Grupo Hospitalar Conceição, dos que recebem o
atendimento são pessoas oriundas do nosso Município. E é verdade, sim, Ver.
Luiz Braz - que não está aqui neste momento, mas, em todo o caso, quero fazer
este registro -, que o Município repassa uma pequena parcela como contrapartida
dos atendimentos ali feitos. Aliás, é uma pena que não aconteceu isso no nosso
Pronto Socorro Municipal, quando o ainda Governador Olívio elaborou uma Emenda
para que o Pronto Socorro recebesse do Estado, já que a grande maioria, Ver.
Garcia, o senhor lembra-se desse episódio, vinha do interior do Estado para ser
atendida aqui, até pela alta especialização de um pronto-socorro de ponta, pela
sua qualidade de atendimento. Infelizmente, aquela Emenda foi derrotada, o que
eu lamento muito, porque nós poderíamos, inclusive, estar mais avançados no que
se refere a atendimento.
Mas
o que mais nos deixa felizes em relação a isso - e existe uma composição entre
o PCdoB, o PT e o PMDB, numa parceria de gestão presidida pela nossa sempre
Deputada Jussara Cony, uma pessoa especializada na Área da Saúde, em especial,
na área de Saúde Preventiva - é o que significa o SUS, Ver. Sebenelo, para nós
todos que acreditamos que a Saúde deve ter um atendimento universal. O SUS, o
Sistema Único de Saúde, teve os seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica
da Saúde, em 1990, com base no art. 198 da Constituição Federal de 1988, e que
são os seguintes: o princípio da universalidade, que significa que a Saúde é um
direito de todos; o princípio da integralidade, que significa atenção à Saúde,
que incluiu tanto os meios curativos quanto os preventivos, tanto os
individuais quanto os coletivos; e o princípio da eqüidade, que significa que
todos devem ter igualdade de oportunidade de usar o sistema de Saúde. No
entanto, ainda temos muito a seguir nos demais estabelecimentos públicos para
honrar a Lei Orgânica, que fala em igualdade, e tanto o meio acadêmico quanto o
político consideram mais importante lutar - e ainda bem - pela eqüidade do SUS.
Também,
senhoras e senhores, há o princípio da descentralização, da regionalização e da
hierarquização de princípios que organizam, mas não está claro qual seria ainda
a questão da participação popular. Hoje a comunidade - ainda bem -, Ver.
Todeschini, tem garantido, com muita honra, o GHC, toma isso como prioritário e
coloca a nossa comunidade na questão do controle social, que é o grande
regulador, está estabelecido na Lei nº 8.142. E os usuários participam da
gestão do SUS, e isso é o princípio fundamental de uma gerência séria,
significa ter um projeto de saúde, e não um projeto que tem apenas um braço,
uma cabeça, um tórax, um pé ou um joelho, seja qual for a parte! É o corpo
inteiro! Foi dito aqui: o terceiro maior orçamento do Estado. É verdade, só que
o terceiro maior orçamento do Estado, todo ele, Ver. Dib, voltado para um
projeto de saúde que ponha em prática a concepção do Sistema Único de Saúde pública.
É isso que nos dá orgulho, Vereador. Ainda, a gente vê o quanto falta, mas nos
dá orgulho ver a Emergência do Hospital Conceição com o aporte que se coloca
hoje, a Emergência do nosso Hospital da Criança, e agora estamos caminhando a
passos largos para reinaugurarmos, com qualidade também, a nossa Emergência do
Hospital Cristo Redentor. Também quero colocar como referência, Ver. Sebenelo,
o nosso hospital da mulher, o Hospital Fêmina.
Então,
Sr. Presidente, com a sua tolerância, estou terminando esta fala, sei que o
senhor e o Ver.Goulart são pessoas que trabalharam muito para que chegássemos
ao nível em que estamos, e sentimo-nos muito honrados com o trabalho que
dignifica o investimento público na Saúde, na sua integralidade. Muito obrigada
e parabéns para todos nós.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Maristela Maffei.
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Vereador Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho a
esta tribuna falar que, depois de três anos de mandato, nós já podemos dizer
que conhecemos cada um dos Vereadores. Eu cheguei nesta Casa imaginando que
iria ter algumas restrições por parte do PT, que sempre fez uma oposição muito
severa. Mas cheguei aqui sem nenhum rancor, sem nenhum ódio, porque eu não
tenho os olhos na nuca, como eu digo; eu tenho os olhos para frente, para o
futuro, eu estou de bem com a vida. Eu digo quando vejo pessoas
mal-humoradas... Uma pessoa se olha no espelho e diz: “Eu sou feia”. Eu me olho
no espelho e digo: “Como eu estou bem para 62 anos”, Ver. Elói! E dou graças a
Deus. Quem sabe quantos chegarão à minha idade com todas essas condições que eu
tenho!
Eu
quero dizer que conheço os aspectos negativos e positivos de cada um de vocês.
Eu ponho na balança do meu coração o lado positivo. Eu elogiava, agora, o
Garcia, e a gente pega o carinho por todos. E, nesse transitar, eu tive o
prazer, Ver. João Bosco Vaz, de recuperar muita coisa! Nós sabemos que, na
política, há aquele tititi. O Bosco e eu somos hoje grandes amigos. Eu defendo
as crianças do nosso Partido...
(Aparte
anti-regimental.)
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Exatamente, o Mauro, o Ver. Márcio Bins Ely...! Para com o PT, eu tive, Ver. João
Antonio Dib, desde o início, um respeito muito grande! Eu até mexo com a Sofia,
dizendo que ela era a mais resistente, mas acabamos por ter também uma amizade,
um respeito mútuo. O senhor já sabe que é o meu guru aqui dentro. Há pessoas
que têm aquela amizade pelo Collares, que se transmite a mim também, como o
Haroldo, que diz “Eu gosto desse negrão”, como o Braz, o Sebenelo e a Sônia.
Mas
eu fiquei extremamente chocada hoje não como mulher, porque, se eu estou aqui
disputando espaço com os homens, com os Vereadores, eu não quero ser tratada
como sexo frágil. Eu sou forte, e muito forte! Senão, não teria agüentado o que
eu agüentei. Mas hoje uma coisa me chocou, e, como eu recebi uma coisa que se
chama educação, eu não retruquei, fiquei quieta. Fui agredida! Fui agredida por
um Vereador que está chegando, que não conhece o nosso trabalho. E eu diria que
é muito difícil a gente ser justa. Às vezes, Ver. Garcia, dizem que eu estou na
oposição. Não estou na oposição! Defendo candidatura própria pelo PDT, e tanto
é que eu estou defendendo... Ver. João Antonio Dib, eu lhe mostrei, eu mandei,
como Presidenta da Comissão, sete ofícios pedindo a presença, convidando o
Vice-Prefeito e Secretário Municipal para vir até aqui. Ontem, telefonei ao
Ver. Professor Garcia e disse que, se o Secretário não vier, vamos cancelar a
reunião. Bem, agora tem algo que já é aquela coerência devida, nós não jogamos
no trabalho, nós estamos fazendo um trabalho sério. Se a imprensa coloca que
nós não fazemos nada, nós sabemos que sim, e a Câmara de Porto Alegre, eu tenho
orgulho de dizer, tem altos quadros. E mais, o Fórum das Entidades, que eu
presido, tem sido um trabalho muito bom.
O
Ver. Haroldo de Souza me disse que eu fui agredida pelo Ver. Beto Moesch, que
me disse que eu não o defendi durante o Fórum, no dia de ontem. O que aconteceu
no Fórum está gravado, e eu peço aos Vereadores que ouçam - e eu dou liberdade
-, e peço àqueles que são meus amigos que, se eu não tive, na presidência dos
trabalhos, uma conduta correta, digam. Agora, caso contrário, vejam o que está
ocorrendo. Eu acredito que o descontrole, a forma como as pessoas se portam,
retratam problemas, ou de saúde, ou emocionais. Pela minha idade, ele poderia
ser meu filho, e eu tenho a compreensão, e algo que eu não gosto que tenham
comigo é piedade. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente, por cedência do
Ver. Maurício Dziedricki.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
quero aproveitar para fazer uma saudação ao Dr. Celso Soster, advogado; fomos
colegas de Ginásio e participamos, com certa regularidade, de uma confraria -
confraria da retórica, confraria da comunicação - na Zona Norte. Sinta-se em
casa, Dr. Celso.
A
tônica e o debate, hoje, na Casa, se deram numa questão que reputo
transcendental, fundamental, que é a Saúde pública. Entraram amplas discussões
sobre os hospitais. Esteve aqui a Câmara Técnica do Hospital Parque Belém, do
Sanatório Belém, com seus dirigentes e suas lideranças, o que foi objeto de um
conjunto de intervenções. Tivemos a oportunidade de estar lá quando se lançou a
Semana pelo pronto-socorro da Zona Sul do Parque Belém, que todos conhecemos.
Eu conheço o Parque Belém há muitos anos. Há algumas décadas, Ver. Dr. Goulart
- V. Exª, que é médico -, eu levava, para duas moças, na época, remédios - elas
tinham tuberculose - caríssimos, Dr. Claudio Sebenelo, que eu conseguia nos
laboratórios. Então, conheço Belém há muitos anos; logo, estamos na luta também
do Sanatório Belém, para que se equipe o Sanatório, que se dote todos os
recursos materiais e humanos e para que se faça um pronto-socorro na Zona Sul,
até porque é uma porção importante da cidade de Porto Alegre, pois algumas
pessoas, até chegarem ao Pronto-Socorro, podem vir a morrer, e o Belém pode ser
a passagem de salvação daquelas pessoas que precisam de socorro imediato.
O
Ver. Alceu Brasinha está debatendo um assunto extremamente importante, que é a
questão do Hospital Lazarotto.
O SR. ALCEU BRASINHA: V. Exª permite um aparte?
O Sr. Alceu Brasinha: Ver. Elói Guimarães, obrigado por ter-me concedido
o aparte. Ontem, eu havia solicitado ao Presidente dos trabalhos, o Ver.
Claudio Sebenelo, e não tive a oportunidade de me manifestar, mas agora estou
solicitando um aparte.
Ver.
Elói Guimarães, eu quero dizer a V. Exª que nós, que somos da Zona Norte, onde
V. Exª conhece bem o Hospital Lazarotto, há duas senhoras incansáveis, duas
guerreiras, a Dona Fiorina, de 73 anos, e a Dona Ilma Almeida, de 70 anos. Elas
percorreram todo o Bairro, todas as casas, apartamentos, comércios, pegando
assinatura, para que fosse permitido que o Município encampasse o Lazarotto.
Duas senhoras dessa idade, com chuva, com vento, buscando o que é melhor para a
Saúde no nosso Bairro, o bairro Passo da Areia. E, mais ainda, pessoas estão
invadindo, estão depredando, estão causando “n” problemas lá. Então, elas
pediram o apoio dos Vereadores para o Município encampar o Lazarotto, que seja
criado mais um posto de saúde ou mais um hospital.
Ver.
Elói Guimarães, V. Exª, que é lá do Bairro, conhece muito bem, já teve até
audiência com o Ministro, quero propor a V. Exª que façamos uma campanha junto
a essas duas guerreiras que, incansavelmente, estão ali, nas galerias,
sentadas, esperando que falemos sobre o Lazarotto. Obrigado.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu
incorporo o brilhante aparte do Ver. Alceu Brasinha à minha manifestação e
saúdo a Dona Fiorina e a Dona Ilma pela luta a favor da reabertura do Hospital
Lazarotto. Conhecemos o Hospital Lazarotto, Ver. Brasinha, Ver. Dr. Goulart, um
hospital modelar, e possuiu o Hospital do Coração, onde o Dr. Adib Jatene fez
intervenções cirúrgicas. O prédio está numa situação precariíssima;
internamente, está oco, por assim dizer, foi retirado tudo, ali passaram várias
empresas, e terminaram indo para a Justiça, há dívidas imensas, a família
proprietária é do Dr. Armando Garcia de Garcia, o sucessor do Lazarotto.
Bem,
acho que a campanha é meritória, até porque, vejam bem, aquela localização,
Ver. Claudio Sebenelo - V. Exª é médico e sabe -, é estratégica, estamos
próximos do aeroporto. Olhem o aeroporto
ali, aquela imensa densidade. Então, inteligente seria o Governo - e aí têm que
entrar os Governos Federal, Estadual e Municipal - reeditar e reequipar o
Hospital Lazarotto.
Fica
aqui a nossa adesão, a nossa luta. Inclusive, vamos até ligar, Ver. Alceu
Brasinha, vamos fazer contatos com a Secretaria Estadual da Saúde, que recebeu,
na época, o dossiê; vamos fazer contatos com o Ministério da Saúde, que recebeu
o dossiê; e, de resto, com a Presidência da República, porque foi encaminhado à
Casa Civil, na época do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
É
uma luta extraordinária. A localização do Hospital Lazarotto é estratégica do
ponto de vista de atender a todo aquele complexo e, fundamentalmente, ao
Aeroporto Salgado Filho, próximo dali, em caso de atendimento de emergência,
etc.
Eu
nem vou mencionar o nome do Secretário da Saúde que, na época, me disse: “Olha,
nós somos contrários, porque o problema não é de leito hospitalar”, e
mostrava-me gráficos e mais gráficos. Eu penso diferente, estão aí as filas,
estão as pessoas à procura de um leito de hospital, e não existe. Será que,
naquela época, a situação era diferente? Era agravada, Ver. Dr. Goulart.
Mas
me dizia, na época, o Secretário - que não vou revelar o nome -, quando se
fazia aquele movimento: “Olha, o problema não é de leito hospitalar”, e
mostrava-me dados, gráficos. Eu, evidentemente, discordo, discordei, porque
havia e há filas imensas, pessoas que não podem se hospitalizar, porque não há
leito; enfim, a Saúde virou um caos.
E
eu, nesta tribuna, quero dizer que, quando se discutia a extinção da CPMF, eu
me colocava a favor da CPMF, idealizada pelo Dr. Adib Jatene. Eu me coloquei
contra a extinção. Estamos aí colhendo os resultados.
É
bem verdade que não se deslocava a integralidade para a Saúde, é verdade, mas
se cometeu um gravíssimo erro, neste País, derrubando a CPMF, gravíssimo erro!
Agora, nem pensar em criar um tributo específico para a Saúde, nem pensar,
porque não passa, e ninguém se arrisca. Com condições, na época, com a
liderança maior do Dr. Adib Jatene, foi possível a criação da CPMF, e o Dr.
Jatene queria a CPMF, especificamente, para a Saúde. E, agora, estamos nos
debatendo com o caos que vive a Saúde.
O
Sr. Dr. Goulart: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouvindo-o, percebo que o meu
pensamento é igual ao e Vossa Excelência. A CPMF foi um desastre para as nossas
intenções de reafirmação do SUS quando foi abolida.
Agora,
eu também tenho ouvido muitas autoridades da Saúde falarem que não faltam
leitos, e não consigo entender isso, se a população está em torno de 1 milhão e
700 mil pessoas, só na cidade de Porto Alegre, e o último hospital do SUS
aberto, aqui em Porto Alegre, foi o Hospital da PUC, há 31 anos. Nunca mais
houve um leito do SUS aberto na cidade de Porto Alegre. Então, não conseguem me
convencer os que dizem que não faltam leitos. Por isso temos de nos debruçar
sobre o caso do o Hospital Lazarotto. O Ver. Sebenelo diz que isso é um
imbróglio quase inarredável. É verdade, mas nós temos que descobrir como
colocar mais leitos para as pessoas de Porto Alegre; precisamos e vamos apoiar
a iniciativa de Vossa Excelência.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES:
Muito bem, o tempo está terminando, mas acho que a questão da Saúde não pode
ser ideologizada, não pode ser partidarizada. Acho que esta Casa tem de dar as
mãos, Ver. Dib, e lutar pela Saúde. É muito grave o que está acontecendo no
País. É incrível, por exemplo, Dr. Goulart, Ver. Sebenelo e Ver. Dr. Raul, que
seja marcada, para uma pessoa, uma cirurgia para o ano 2010, 2012. Tem
cabimento isto: marcar-se uma cirurgia para um prazo tão longo? A pessoa não
pode caminhar, ela está com problema no joelho e com outros problemas, e aí
dizerem a ela: “Olha, estamos marcando, tu vais ser operada em 2010”. Mas vem
cá, isso aí é o fim do mundo. É o mundo que está caindo em cima de nós, gente.
Então,
eu acho que esta Casa tem que dar as mãos na questão da Saúde e arredar essa
questão partidária, essa questão eleitoral, ideológica, afastar isso, para que
todos demos as mãos, para irmos aonde tiver que ir, no sentido de resolver esse
problema grave, porque o povo não está preocupado com esse jogo do “meu Partido”,
do Partido A ou do Partido B; o povo está preocupado com a saúde, o povo está
preocupado com o fim, e não com os meios que aí se movimentam, do ponto de
vista do Parlamento ou do Executivo.
Portanto,
fica aqui, Presidente, o meu agradecimento, e cumprimento aquelas duas senhoras
lá da Zona Norte, que fazem essa luta pelo Lazarotto, e já dissemos aqui:
contem com a Casa, com todos os Vereadores para essa luta. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Encerrado o período
de Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Ver.
Claudio Sebenelo, que preside a Sessão; colegas Vereadores e Vereadoras, eu vou
passar às mãos do Líder do Governo, o Ver. Professor Garcia, a cópia de um
Projeto, e quero chamar a atenção dos colegas Vereadores para este assunto
(Mostra Projeto de instalação.) Esta é a cópia de um Projeto de instalação
elétrica, iluminação pública, melhor dizendo, de um loteamento que fica na Av.
Edgar Pires de Castro, nº 4.728. Esse projeto foi realizado na SMOV. A
instalação, também, da iluminação pública foi realizada pela SMOV. Trata-se de
uma área da Cooperativa do Salso. Se houve aprovação no Orçamento
Participativo, tudo explicado, mas, se não houve aprovação no Orçamento
Participativo, significa que a SMOV fez projeto e executou a iluminação pública
num local privado, Ver. Goulart. Aí a coisa é muito grave! Mas, como eu não
tenho informação, como sempre, não faço acusações; eu, por enquanto, estou
pedindo informações ao Ver. Garcia, Líder do Governo, com relação a isso. Houve
aprovação no OP ou não? Se houve, está tudo explicado, até a gente cumprimenta,
mas, se não houve, aí o assunto é muitíssimo complicado.
Outro tema que eu quero abordar é relativo ao fato de que, ontem, o Ministério do Trabalho, a partir da sua representação em Porto Alegre, embargou, mais uma vez, a obra do Centro Popular de Compras, o camelódromo, porque nós já tínhamos visto que essa obra, que é realizada por uma empresa privada a partir de uma PPP - Parceria Público-Privada -, já tinha sido embargada pela própria Prefeitura, tinha sido embargada pela Secretaria do Meio Ambiente, já que a SMIC não tinha a licença de instalação, só tinha uma primeira licença, que não permitia a obra. Foi um corre-corre danado, e a SMIC, depois de três ou quatro dias, conseguiu aquela licença, e a obra voltou a funcionar, o que mostra, inclusive, uma falta total de relacionamento entre as várias Secretarias - cada uma trabalha por si, e estamos conversados. Isso que existe, na Prefeitura de Porto Alegre, uma Secretaria de Governança! Imagina se não houvesse! Resolvido aquele problema, aparece este: não tem engenheiro de Segurança do Trabalho na obra. Uma obra daquele porte, daquele tamanho, não ter um profissional nessa área é um absurdo! E, no final de semana, um operário sofreu um acidente grave, mas, felizmente, não corre risco de morte, mas sofreu um acidente grave, daí a intervenção do Ministério do Trabalho. E outra coisa grave aconteceu: mandaram parar a obra, e a SMIC não parou a obra, Ver. Nilo! Continuou a obra do camelódromo, e agora está parada. Eu fui estudar - já dou o aparte a V. Exª, Ver. Nilo Santos - a questão do camelódromo. Estou meio assim... Olha, fiquei surpreso: o valor da obra é de 4,4 milhões de reais, e o empresário vai faturar, nesses 25 anos, 33 milhões de reais. Eu nunca vi, é um negócio fabuloso, de pai para filho!
O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço pelo aparte. Ver. Guilherme Barbosa, a Assessoria Comunitária da SMOV informou que o projeto ainda não foi executado; na realidade, a comunidade irá bancar esse projeto, a SMOV não irá bancar esse projeto que o senhor acabou de informar que estaria sendo realizado em uma área privada. Então, é a comunidade que irá pagar a execução desse projeto.
O SR. GUILHERME BARBOSA: E o projeto
propriamente dito? Porque a SMOV também não costuma fazer o projeto, o projeto
de engenharia, a planta...
O Sr. Nilo Santos: Posso até
verificar, mas, só para corrigir: o projeto ainda não foi executado e será pago
pela comunidade. Obrigado pelo aparte.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Então,
agradeço o interesse de Vossa Excelência. Se puder trazer os documentos
assinados desse acerto entre a SMOV e a Cooperativa, está resolvido.
Como disse, eu não estava fazendo acusação: estava
buscando informação. Eram essas as informações, Sr. Presidente.
Encerrando, digo que, com o Centro Popular de
Compras, a Prefeitura está promovendo um maravilhoso negócio, Ver. Dr. Goulart,
de tal maneira que o empreendedor vai faturar, limpo, por ano, - fiz as contas
aqui -, um milhão e 322 mil durante 25
anos. É alguma coisa fantástica. Ver. Haroldo de Souza, estou com os
documentos oficiais, com a assinatura da empresa, com esses dados de fluxo de
caixa, um milhão por ano, que negócio fabuloso a Prefeitura de Porto Alegre
conseguiu para o empreendedor! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. José Ismael Heinen.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Ilustre Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadores, Vereadoras, hoje, pela
manhã, estive na comunidade da Vila Wenceslau Fontoura descerrando a placa de
um logradouro de nome José Hilário Retamozo, poeta, escritor, militar da nossa
querida Brigada Militar. Tive a honra de saber que
essa homenagem para um brigadiano se inseriu nas festividades do Dia do
Policial, da Semana de Tiradentes. Foi uma cerimônia muito bonita, em
que a comunidade esteve presente. E como é importante que a comunidade
encaminhe as soluções dos seus problemas! Estive reunido com várias pessoas, e
as pessoas comunicaram as suas dificuldades, as suas necessidades, as suas
demandas. Ficaram muito contentes, porque, lá, estava a Brigada Militar lhes
dando segurança. É muito importante essa comunicação com a comunidade.
José
Hilário Retamozo é um poeta - colega do Dr. Goulart, que também é um poeta -,
também é compositor, porque ele compôs o Hino de São Luiz Gonzaga, a minha
terra; o Hino de São Gabriel; e, também, é um tradicionalista, é componente do
Centro da Poesia Crioula, da Casa do Poeta; é uma figura que ajudou a construir
esta sociedade, e Porto Alegre e esta Câmara homenageiam, realmente, uma
personalidade muito importante.
Eu
recebi uma cópia do Programa de Saneamento para Todos e vi quantas obras serão
feitas, ou estão sendo feitas, pelo DEP: rede pluvial da Av. Carazinho;
macrodrenagem da Av. Panamericana, lá no Lindóia, Brasinha; reforma de algumas
casas de bombas, tão importantes; rede pluvial da Rua Frei Germano; esgoto
pluvial na Rua João Paris; no Arroio Sarandi, complementação da obra do Passo
da Mangueira; obra de drenagem na Avenida São Pedro, já dividida em duas
partes; obra de drenagem da Rua Buarque de Macedo; Plano Diretor de Drenagem
Urbana e a canalização de um arroio que passa pela Rua Ângelo Crivellaro,
somente a primeira etapa. Cada vez que chove, nós temos, na Ângelo Crivellaro,
um alagamento, um transbordamento daqueles arroios que passam por lá: o Mem de
Sá e o São Benedito, e que vão desembocar no Arroio Dilúvio. Acho que são muito
importantes essas redes pluviais separadas do esgoto cloacal, ou seja, já se encaminhando para a solução do Plano Socioambiental.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, só
para corroborar o seu pronunciamento: nós vivemos um feliz momento, porque
essas obras todas são reivindicações antigas do Orçamento Participativo. E,
graças à possibilidade, de novo, do financiamento público pela Caixa Econômica
Federal, pelos órgãos do Governo, pelo Orçamento Geral da União, são possíveis
de ser feitas. E eu quero destacar duas em especial, porque elas demandavam
muito recurso, que é o dique de proteção, o pôlder da Vila Minuano, uma obra de
11 milhões de reais, e a casa de bombas do bairro Santana, ali na Rua Santa
Teresinha, na Jacinto Gomes e na Laurindo. Eu me lembro dos anos e anos que
aquela comunidade palmilhou no Orçamento Participativo, mas, na época,
infelizmente, não havia disponibilidade de recurso para o financiamento das
montas exigidas por essas obras. Então, saudamos esse momento, essa
possibilidade que a Prefeitura agora pode oferecer,
com o apoio e o financiamento da Caixa e do Governo Federal. Obrigado.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: A
Cidade caminha, avança. Nós, como Vereadores desta Cidade, devemos, cada vez
mais, incentivar a esperança, o futuro. Temos muitas soluções, é só nos unirmos
e trabalharmos, que as coisas acontecem.
Quero elogiar o DEP, pois, na semana passada, dois
técnicos do DEP foram comigo a três comunidades para encaminhar pequenas
soluções, sim, mas esses problemas incomodam a população e precisam ser
resolvidos. Quero elogiar o Diretor Ernesto Teixeira, o Engenheiro Francisco
Pinto e o Arquiteto Luis Henrique, que estão atentos às demandas e às soluções
dos problemas de nossa Capital.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Maria
Celeste está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, para não dizer que somos apenas bairristas ou que apenas apontamos
ou abordamos aspectos e problemas da cidade de Porto Alegre, pois esta Câmara,
fundamentalmente, tem que se preocupar com isso, há outra questão pipocando na
nossa Capital, extremamente importante, que diz respeito ao Governo do Estado
no dia de hoje.
A Governadora tentou fazer uma avaliação dos seus
15 meses de trabalho, saudou iniciativas como a da Aracruz, esquecendo, Ver.
Haroldo de Souza, de quem iniciou todo o Projeto e programa em relação a essa
empresa - tenho discordância quanto ao método, mas isso é uma opinião
particular. A Governadora teve o descuido e o esquecimento de saudar e lembrar
a iniciativa do Governador do Estado, Germano Rigotto, anterior a ela, que fez
toda a tratativa e iniciativa em relação a este Projeto. Desta forma, a Governadora
tem se posicionado frente às várias questões do Estado. Não é à toa que há um
desmonte na Educação pública, uma ausência de projeto de desenvolvimento, falta
de respostas para os problemas da Segurança pública e da Saúde. Que bom que a
Bancada do PTB, que tem o Secretário da Saúde no Governo Municipal, vem aqui e
se posiciona frente a este tema, buscando alternativas inclusive para o
Hospital Lazarotto, que está abandonado há muitos anos - isso é muito
importante.
E das coisas que nós vemos em meio a todas essas
questões colocadas do Governo Yeda, mais do que tudo nos estarrece a forma como
algumas pessoas que são instadas e colocadas para fazer seus depoimentos na CPI
do Detran, na Assembléia, se recusam a falar sobre o tema e silenciam. E, para
nossa estranheza, Verª Margarete Moraes, além de silenciarem na CPI, vão para a
imprensa constranger, ameaçar a Governadora, dizendo que têm mais a falar. E
foi a questão colocada pelo Sr. Flávio Vaz Netto, no dia de ontem, e os e-mails
que circularam pela Cidade, dando conta disso. Inclusive, eu faço questão de
ler aqui o e-mail mandado pela advogada do Sr. Flávio, que é esposa dele
também, ao Secretário Delson Martini, dizendo (Lê.): “Venho a sua presença, em
representação a Flávio Vaz Netto, para reiterar o pedido de audiência que, a
esta altura, revela-se urgente em razão da matéria a ser tratada e do fato de
que o Dr. Flávio Vaz Netto estará na Capital até amanhã, dia 15/04, viajando na
manhã do dia seguinte. Permito-me, na condição de sua procuradora, sugerir,
respeitosamente, o acolhimento da presente solicitação. Reitero-lhe, outrossim,
que a matéria a ser tratada na audiência versará sobre assuntos de interesse
comum e do Governo e, ainda, do retorno voluntário do Dr. Flávio à CPI do
Detran, fundamentalmente em razão de imputações que lhe estão sendo feitas sem
a contradita da base aliada, cujos pontos são de inteiro conhecimento do
Governo. Pontos que, na ausência de esclarecimento por parte do Governo, o fará
de moto próprio”.
Isso é uma ameaça ao Governo. Isso é uma ameaça à
Governadora. Um constrangimento do Sr. Flávio Vaz Netto, que, aliás, diz aqui,
não falou tudo o que sabia na CPI. E, depois, colocam que a CPI é apenas uma
questão de disputa político-partidária. Há muito ainda a esclarecer. E nós queremos
que o Flávio Vaz Netto vá, de fato, à CPI prestar os esclarecimentos na
Assembléia Legislativa, coisa que ele ainda não fez e que, agora, ameaça a
Governadora, dizendo que sabe mais.
Agora, para a nossa surpresa, a Governadora, há
poucos instantes, disse para a imprensa que irá recebê-lo, que está de portas
abertas para receber o seu aliado de Governo, o Sr. Flávio, para resolver,
enfim, as questões que ele está colocando, que são importantes. Aliás, o Dr.
Flávio sempre disse, na CPI, que tudo o que ele fez no Detran foi com a
anuência da Governadora do Estado do Rio Grande do Sul. Isso é muito sério,
muito grave, e nós queremos, sim, saber onde foram parar os 40 milhões do
Detran. Por que, até agora, não se teve resposta a
nenhuma questão colocada? Por que as pessoas solicitadas e inquiridas na
CPI permanecem em silêncio? Quem cala consente, quem cala omite. E o Rio Grande
do Sul não pode mais esperar diante da covardia de membros do Governo em
relação a essa CPI e da própria Governadora, que não se pronuncia, não coloca a
verdade acima de tudo, e ainda querem constranger os nossos Deputados lá na
Assembléia, dizendo que isso é apenas uma disputa político-partidária. Nós
queremos a verdade! Nós queremos saber onde foram parar os 40 milhões, porque
quem foi lesado foi o povo do Estado do Rio Grande do Sul! Obrigada, Sr.
Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Mauro
Zacher está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; pessoas que nos acompanham aqui pelas galerias e também aqueles que
nos assistem pela TVCâmara; ontem, eu falei em relação à qualificação
profissional, mas, ao mesmo tempo, dando méritos ao crescimento da nossa
economia de maneira sustentável. Ao mesmo tempo em que essa economia cresce na
casa dos 5% - tão cobrada por nós e tão desejada -, as cidades não se
prepararam, ao longo dos anos, para esse crescimento. Convivemos não só aqui na
nossa Capital, Porto Alegre, como também em todo o País, com congestionamentos
que as capitais enfrentam. O número de automóveis cresce cinco vezes mais do a
população. As indústrias automobilísticas venderam 17% a mais de carros no ano
de 2008, enquanto que a população cresceu 3,45%.
Pois bem, estamos diante de um desafio. Uns, de
maneira medíocre e absurda, acham que se deve restringir a venda de automóveis!
Seria a mesma coisa que dizer: “Vamos exportar menos, porque os nossos portos
estão lotados” ou “Vamos exigir dos nossos brasileiros que viajem menos, porque
as filas dos aeroportos estão grandes”. É um grande absurdo!
E, quando nós vemos, por parte de toda a Mesa, esse
investimento nesse Fórum Porto Alegre,
uma Visão de Futuro, eu acho que nós inauguramos uma nova era de poder
pensar a Cidade a longo prazo e de alternativas que nós temos de enfrentar. O
Plano Diretor já estuda a viabilidade do metrô, que é realidade aqui para a
Capital. E eu venho a esta tribuna, mais de uma vez, dizer que esperamos,
ainda, do Executivo, o Plano Diretor Cicloviário. É uma das alternativas que
nós temos. As ciclovias são discutidas, desde a década de 70, por esta Casa. E
nós acreditamos que a ciclovia é uma alternativa, assim como o é em várias
cidades do mundo: Copenhague, Barcelona, Paris, Londres - que fez um anúncio de
um grande investimento em relação às ciclovias -; em Curitiba, também, e há,
inclusive, algumas cidades aqui do Rio Grande do Sul que adotaram a bicicleta
como meio de transporte, na busca de uma mudança de cultura da população, para
que deixe o carro e use a bicicleta. Mas é necessário, Ver. Dr. Goulart, que
haja segurança para esses usuários da bicicleta. E eu acho que a Cidade está atrasada nesse sentido. Nós
aguardamos, com bastante expectativa, as ciclovias, para que possamos oferecer
essa alternativa ao segmento do trabalhador - que pode ir de bicicleta ao seu
trabalho -; ao estudante; ao esportista; àquele que como eu, que, nos finais de
semana, gosta de pegar a bicicleta. O Ver. João Bosco Vaz, que também é ciclista
apaixonado pela bicicleta, antigo ciclista, me lembra a bicicleta de
pneu-balão.
Enfim,
o que nós queremos é que a nossa Cidade possa oferecer a oportunidade de usar
esse meio de transporte não-poluente, saudável, bom, barato, a muitos jovens, a
muitos trabalhadores, a muitos pais de família que querem, no final de semana,
andar de bicicleta pela nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Mauro Zacher.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo da Verª Maristela Meneghetti.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
público presente, assistência do Canal 16, sou Vereador de primeira legislatura
aqui em Porto Alegre, porque eu estive, por um curto período, em outra Câmara:
fui Vereador também em Pelotas por oito meses, na eleição de 1988, quando saí
da Universidade. Eu sempre disse, antes de estar aqui, desde que estou em Porto
Alegre, desde 1993, que a Câmara de Porto Alegre é uma das instituições mais
honradas, decentes e sérias que eu conheci. E é esse o conceito que eu tenho do
conjunto dos meus colegas Vereadores. Temos divergências, e elas são naturais,
porque somos oriundos de Partidos diferentes, porque temos opiniões,
disputamos. Ganhamos, governamos esta Cidade por 16 anos, nos orgulhamos disso.
Depois, democraticamente, o povo fez uma alteração de Governo, e, hoje, é outra
expressão política que comanda a Cidade.
Acompanhei,
também, Verª Margarete Moraes, como Secretário de Políticas Públicas e Assuntos
Institucionais do meu Partido, todos os Vereadores do nosso Partido do Rio
Grande do Sul, a nossa Bancada estadual, os nossos Prefeitos; inclusive,
participei ativamente da eleição e do acompanhamento do Governo Olívio Dutra.
Eu quero dizer, com isso, que essa idéia, esse conceito e a valorização que
esta Câmara tem é um reconhecimento da Cidade. Agora, aquilo que a Verª Neuza
mencionou, sobre o acontecimento do dia de ontem, quando fui convidado para o
Fórum das Entidades - e elogiável Fórum, Neuza, porque as entidades têm se
mantido perenes, sistematicamente participantes, a fim de discutir os assuntos
da Cidade.
Ontem,
um dos assuntos era a visita ao lago Guaíba, promovida pela COSMAM, através da
sua Liderança, e, como o DMAE estava lá, eu fiz questão de participar também,
porque eu fui Diretor e tenho responsabilidade com aquilo que fiz e com o
acompanhamento que devo fazer das questões relativas à água e ao saneamento.
No
entanto, o assunto aqui denunciado pela Vereadora nos causa uma indignação
muito grande, ou seja, a manifestação de um Vereador, o Ver. Moesch, nesta
Casa, não insinuando, mas dizendo, explicitamente - e as fitas poderão
testemunhar isso -, que os Vereadores estavam aqui a serviço do Sinduscon e
que, por isso, não era votado o Plano Diretor, é uma afronta inaceitável,
porque podemos ter divergências, e as temos, mas isso não dá direito a alguém
de acusar o conjunto dos Vereadores e a Câmara de estarem a serviço de A, B, C
ou D, ou do bispo, ou quem quer que seja. Isso não é aceitável! E o mais grave:
o Ver. Moesch já se envolveu em conflitos com os indígenas, porque foi lá
provocar situações de conflito físico-corporal, quando, inclusive, foi muito
agredido pelas índias, e, depois, isso foi repetido lá na praia, foi condenado,
e eu vi o processo. Ver. Nedel, o senhor não queira defender o indefensável. O
Vereador tentou, ontem, novamente, através de ameaça, me constranger. Tive que
solicitar a presença da Segurança à Verª Neuza, que estava na presidência dos
trabalhos, porque, simplesmente, eu disse que iria requisitar a fita, porque
aquilo que tinha sido dito era muito grave e era uma afronta a toda a Câmara e
a cada um dos Vereadores, nós, que compomos o conjunto da Câmara.
Por
isso, Ver. Nedel, é inaceitável que essas coisas aconteçam e que haja ameaça
física, porque foram ditas, pelo Ver. Beto, essas palavras: “Se tu levares
adiante esse assunto, tu vais te ver comigo, vou te arrebentar a vida”. Na
minha vida, não tem nada para ser arrebentado! Eu só acho que esse não é
método, não é padrão, não é parte daquilo que deve ser o padrão da disputa
política, do debate, das divergências e da democracia - o que é salutar.
Ninguém aqui tem o direito de se arvorar como o porta-voz da justiça, do bem e
da verdade, porque aqui é uma Casa de debate, é um espaço de composição, de
mediação dos conflitos, de contradições e de construção de alternativas para a
Cidade. Não dá para aceitar que um Vereador vá em frente a um fórum onde
participam, ordinariamente, 30 entidades e faça uma acusação, como se nós
estivéssemos entravando a votação do Plano Diretor porque estaríamos servindo
aos interesses do Sinduscon. Isso é inaceitável, e todos os Vereadores poderão
ouvir a fita para testemunhar. Obrigado, Ver. Sebenelo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
da Verª Maria Luiza.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Claudio
Sebenelo, eu não tenho culpa da tristeza do senhor pelo ocorrido ontem! Mas
venho aqui, fora as brincadeiras, Ver. Haroldo de Souza, falar, mais uma vez,
das coisas boas da Cidade que acontecem, não é, Ver. João Bosco Vaz? O senhor
fez um trabalho belíssimo na Secretaria, que eu estou sempre elogiando, porque
a gente deve reconhecer as coisas boas que acontecem na Cidade. Mas quero
convidar os Vereadores da oposição para, amanhã, se tiverem oportunidade, irem
conosco receber mais uma reforma de um posto de saúde, Ver. Todeschini. Estou
falando para o senhor, porque o senhor, há poucos dias, disse que a reforma que
houve foi somente de um banheiro. Não é verdade. Quero dizer aos senhores que
esses postos de saúde, há mais de 20 anos, não eram reformados, mas agora nós
temos um Secretário que os está reformando; são reformas simples, mas que estão
dando qualidade, dignidade às pessoas que vão fazer a consulta.
O
Ver. Dr. Goulart, que sempre acompanha esse problema, viu que são 38 postos de
saúde reformados, e isso só depois que o Secretário Eliseu Santos assumiu a
Secretaria. Esse homem está trabalhando muito pela Cidade.
Quero
agradecer à Verª Maria Luiza, da nossa Bancada, pela cedência do tempo.
Ver.
Haroldo de Souza, que sabe das dificuldades do Município, sabe que o Governo
Fogaça quer melhorar a Cidade, e está melhorando. A Cidade está ficando bonita,
limpa. O Prefeito está fazendo muito por Porto Alegre.
O
Ver. Adeli Sell sabe que aquela obra bonita que a gente vê quando passa ali na
Av. Mauá - o camelódromo - será um ganho para a Cidade, e não para o
ex-Secretário Cecchim, porque vai limpar o Centro, vai permitir que os carros
circulem mais.
Eu
gostaria de falar um pouquinho da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, porque nós,
comerciantes de lá, estamos sofrendo muito. Ainda bem que a obra está andando,
conforme a promessa da Governadora Yeda, que disse que não mais pararia a obra.
Mas pior estava, quando, em 1998, havia o projeto de uma simples ponte da Alvorada
- e o Governo do lado de lá era o PT, e, do lado de cá, também -, que foi
concluída em três anos; isso que ela não tinha
nem cem metros! Aquela quadra toda foi fechada, e o comércio dali quebrou. Mas
há gente, lá nos arredores da Av. Baltazar, que está torcendo para que a obra
pare; todo dia, está complicando! Será que ele só pensa nele? A gente tem que
pensar na comunidade, na coletividade, em tudo, porque não é só o comércio, são
as pessoas que têm que transitar, têm que ir para Alvorada, têm que ir para o
Jardim Leopoldina. É preocupante. Vereador, porque as coisas boas que acontecem
na Cidade... O Ver. Beto Moesch fez um trabalho exemplar lá na SMAM, lançou
aquele belíssimo livro que hoje eu tenho oportunidade de ter, para eu olhar as
praças e os parques.
Ver.
Claudio Sebenelo, se o senhor me permite, eu quero falar do Hospital Lazarotto,
que foi referência de hospital, ali no Passo D’Areia. Aquelas duas senhoras que
estavam aqui, a Srª Fiorina e a Srª Ilda, percorreram todo o Bairro, casa por
casa, apartamento por apartamento, e colheram 6.030 assinaturas, Ver. João
Bosco Vaz. Esse número é maior do que o número de votos que eu tive: 4.883
votos. Imaginem essas senhoras, passando casa por casa, comércio por comércio,
apartamento por apartamento, sendo que uma tem 70 anos, e a outra tem 73!
Quero
dizer ao Ver. Claudio Sebenelo, a V. Exª, que está presidindo os trabalhos, que
é um homem da Saúde: vamos encampar esse trabalho juntos, Vereador! Vamos
buscar alternativas, vamos ajudar esse pessoal.
Ver.
Dr. Goulart, Ver. Carlos Todeschini, a gente tem que pedir o apoio de todos,
porque todos são representantes do povo!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. BETO MOESCH (Requerimento): Sr.
Presidente, eu estou solicitando à Mesa a cópia do discurso do Ver. Carlos
Todeschini, porque vou processá-lo, na Comissão de Ética, por falta de decoro
parlamentar. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Por
gentileza, faça por escrito.
(Tumulto no plenário.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Estão suspensos
os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h43min.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 17h45min): Estão reabertos os trabalhos.
Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Há quórum.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1368/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/08, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o Diploma Honra ao Mérito
à Professora Laureci Catarina Martins Gulart.
PROC. Nº 1397/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título
honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Erika Antoinette Wilhelmine
Coester Kramer.
PROC. Nº 1822/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua
Antônio Teixeira Morales o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dois –
Vila Mapa II –, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 1832/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/08,
de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Darci Marques da Silva o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 8 – Vila Mapa II –, localizado no
bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 2022/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua
Pedro Andrea Besson o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua Um –
Rua Dona Mariana –, localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 2030/08 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/08, de
autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do
Médico de Família e de Comunidade, a
ser comemorado anualmente, no dia 5 de dezembro.
PROC. Nº 2049/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua
Alter-Real o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Treze – Vila Mapa II
–, localizado no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 2121/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/08,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua São Luiz Gonzaga o
logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3023.
PROC. 2228/08 – PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/08,
que altera, na Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, especificação da classe
de cargo de provimento efetivo de Assessor para Assuntos Jurídicos.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1683/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui,
no Município de Porto Alegre, o Momento Cívico e dá outras providências.
PROC. Nº 1911/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua
Ervino de Assis o logradouro não-cadastrado, conhecido com Rua L – Vila Monte
Cristo –, localizado no bairro Vila Nova.
PROC. 1999/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/08,
de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que concede o título honorífico de Cidadã
de Porto Alegre à Doutora Maira Caleffi.
PROC. 2047/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/08,
de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Anglo-Árabe o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Rua Onze – Vila Mapa II –, localizado no bairro
Lomba do Pinheiro.
PROC. 2048/08 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/08,
de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Miguel Oliveira de Lima o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Nove – Vila Mapa II –, localizado
no bairro Lomba do Pinheiro.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro a cópia da manifestação feita pelo Ver. Moesch no
microfone de apartes, porque quero incluí-la no processo de requisição das
fitas, para que esse assunto possa ser tratado pela Mesa Diretora da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Será providenciada, Ver. Todeschini.
Vencidos
todos os assuntos do dia de hoje, estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h49min.)
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